Daniel: “Vamos implantar uma nova política de valorização dos servidores”

“Hoje algumas funções estratégicas para o Estado e a população estão sendo ocupadas por critério político e não técnico. É isso que vamos mudar e é disso que falamos quando falamos em menos política e mais trabalho, mais gestão”

O candidato ao governo pela Coligação Novas Ideias, Novo Goiás, Daniel Vilela (MDB), falou na manhã desta quinta-feira (23), durante sabatina na Rádio Sagres 730, sobre suas propostas para a valorização dos servidores do Estado. O emedebista pretende implantar uma nova política de valorização do funcionalismo, aliada à otimização dos recursos do Estado. “Pretendo fazer um redesenho do organograma funcional do Estado. Este governo que aí está há 20 anos, na tentativa de demonstrar para a população uma reciclagem, promoveu uma reforma para inglês ver. Não teve funcionalidade gerencial e não observou a efetividade entre o plano estratégico e as ações”, disse.

Entre as propostas do candidato está a ocupação de 50% dos cargos comissionados do Estado por servidores efetivos. “Vamos direcionar 50% dos cargos comissionados para ocupação por servidores efetivos, que passarão por processo de certificação e habilitação. Nós vamos criar um banco de talentos porque sabemos que temos entre os servidores efetivos pessoas altamente qualificadas e que estão sem oportunidade de liderar e desenvolver projetos.” Ideia semelhante foi apresentada por Daniel em 2011, quando ele era deputado estadual, mas o projeto foi vetado pelo então governador Marconi Perillo (PSDB).

O candidato criticou ainda a ocupação política de cargos que são importantes para o desenvolvimento do Estado e a prestação de serviços de qualidade para a população. “Hoje algumas funções estratégicas para o Estado e a população estão sendo ocupadas por critério político e não técnico. É isso que vamos mudar e é disso que falamos quando falamos em menos política e mais trabalho, mais gestão”, destacou.

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Escândalo envolvendo BYD e escravidão moderna pode abalar relações Brasil-China

A fabricante chinesa de carros elétricos BYD está enfrentando uma grave denúncia no Brasil, após a contratação de uma subempreiteira que trouxe mais de 163 trabalhadores da China para as obras de sua fábrica na Bahia. Inspeções realizadas pelas autoridades constataram condições alarmantes: jornadas de trabalho de dez horas, alojamentos insalubres, retenção de passaportes e parte dos salários confiscados pelos empregadores.

Essas práticas foram enquadradas pelo Código Penal Brasileiro como indicativas de escravidão moderna. A denúncia veio à tona pouco antes do Natal, com a Jinjiang Construction, subcontratada pela BYD, negando as acusações. Em resposta, a BYD rescindiu o contrato com a empresa, suspendendo temporariamente as obras da fábrica.

Impacto diplomático e comercial

A construção da fábrica, que envolve um investimento de US$ 1 bilhão, é o primeiro grande projeto da BYD nas Américas e um marco nas relações comerciais entre Brasil e China. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e os laços entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping têm sido fortalecidos, com o presidente brasileiro até utilizando veículos da marca BYD em seus deslocamentos.

No entanto, o escândalo ameaça manchar a imagem da empresa, que investiu milhões em marketing para promover sua entrada no mercado ocidental. Um representante da BYD insinuou que forças externas poderiam estar utilizando o caso para difamar marcas chinesas e prejudicar as relações sino-brasileiras.

Um aspecto ainda não esclarecido é o motivo de trazer trabalhadores da China para a construção no Brasil, prática anteriormente denunciada em países africanos.

Escravidão moderna: um problema recorrente

O caso da BYD chama atenção para um problema persistente no Brasil. Denúncias de condições análogas à escravidão são comuns, especialmente na indústria têxtil, que frequentemente explora trabalhadores bolivianos, e em setores como as plantações de café e vinhedos.

No ano passado, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em situação de escravidão em vinícolas no sul do Brasil. Apesar da repercussão, as empresas envolvidas geralmente enfrentam apenas sanções financeiras, enquanto as vítimas raramente recebem qualquer forma de reparação.

O escândalo envolvendo a BYD não apenas expõe as dificuldades na fiscalização das condições de trabalho, mas também destaca os desafios diplomáticos e comerciais que podem surgir em projetos internacionais de grande escala.

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