Em reunião com representantes do setor produtivo na Fecomercio-GO, o candidato a governador Daniel Vilela (MDB) criticou a política fiscal do governo de Goiás e disse que a atual gestão age de forma autoritária ao adotar a prática constante de reajuste de impostos para tapar o rombo nas contas públicas, sem diálogo com o empresariado. Daniel citou o exemplo do Diferencial de Alíquota de ICMS (DIFAL), instituído no começo do ano para empresas optantes pelo Simples que adquirem produtos em outros Estados. Para ele, a falta de uma política fiscal clara cria uma insegurança jurídica que afasta novos investimentos.
“Não podemos ter aqui um Estado autoritário ao ponto de uma hora pra outra, sem dialogar, estabelecer a diferença de alíquota de ICMS, o DIFAL. Aí argumentam que é uma situação complexa e que outros Estados também cobram. Mas Goiás sobreviva antes sem essa taxação. Por que agora não consegue mais? A ausência do DIFAL poderia ser inclusive um diferencial nosso para estimular mais investimentos”, afirmou Daniel Vilela, acrescentando que isto é fruto da falta de planejamento e de austeridade nos gastos públicos.
“Estão usando o aumento da carga tributária como solução para os problemas do Estado. É uma política burra, pois sabemos que isto resulta em perda de receita a médio e longo prazo, ou por inadimplência ou por fuga de investimentos. Os empreendedores não aguentam mais esta carga”, disse Daniel, citando um relato que ouviu de um membro da própria Fecomércio. “Temos, por exemplo, taxas cartoriais tão elevadas que muitas pessoas pegam o carro aqui para escriturar um imóvel em Brasília. Em determinados casos fica oito vezes mais barato lá. Aumentaram as taxas aqui de forma exponencial e isto agora está fazendo com que o Estado perca receita”, exemplificou.
Na abertura da reunião, o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiochi, também reclamou da forma como o governo vem operando sua política fiscal. Disse que o Estado precisa se tornar mais atrativo para novos investidores e que para isto, precisa de maior segurança jurídica. “Não precisamos de paternalismo e nem de leis frouxas. Queremos contribuir. Mas buscamos regras mais claras, para termos um ambiente favorável aos investimentos e com isto gerar mais empregos. Nossa defesa é pelo emprego. E Estado que gera emprego é Estado rico”, afirmou Baiochi.
Ao final do encontro, o presidente da Organização entregou ao candidato um documento com as reivindicações e sugestões da entidade.