Daniel Vilela formata missão internacional à China durante reunião

Comitiva goiana

Uma comitiva goiana liderada pelo vice-governador Daniel Vilela vai desembarcar na China na primeira quinzena de junho com o objetivo de atrair parcerias e investimentos para o Estado de Goiás. O assunto foi discutido, nesta quinta-feira, 11, durante reunião do vice-governador Daniel Vilela com representantes do Fórum das Entidades Empresariais e cinco integrantes de uma delegação chinesa denominada “BRICS PartNIR”.

 

“Trabalhamos para ampliar e aproveitar esse ótimo momento que Goiás vive para buscar mais empresas e indústrias para cá e, assim, fomentar ainda mais a economia do nosso estado. De tudo que exportamos, metade vai para a China, nosso principal parceiro comercial. Daí a importância de intensificarmos as relações com este país”, disse Daniel durante o encontro realizado na sede da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg).

 

A delegação chinesa que desembarcou na capital – e que está no país há dois dias – representa 20 grandes empresas que integram a lista das 300 maiores da China. “O Brasil foi o primeiro a nos visitar depois do período pandêmico [de Covid-19; em referência à ida do presidente Lula]. Estamos com boas expectativas para negócios e relacionamentos”, destacou Hong Liang, diretor-geral adjunto do Grupo Líder de Xiamen. “Estamos aqui para reafirmar as potencialidades do nosso estado para esse mercado consumidor e pujante que é a China”, devolveu Rubens Fileti, presidente da Acieg.

 

O Governo de Goiás busca, com esta missão internacional, acordos comerciais e investimentos a serem feitos pela China em solo goiano em áreas como infraestrutura, mobilidade, indústria, agricultura e energia renovável. O roteiro prevê compromissos como visitas técnicas a indústrias farmacêuticas, fábrica de tratores e às usinas que transforma resíduos sólidos em energia, além de reuniões com empresários e representantes do BRICS (grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e participação em uma feira de negócios.

 

A missão será dividida em duas etapas: além da ida de Daniel, empresários, industriais e agentes políticos ao território chinês no próximo mês, o governador Ronaldo Caiado também embarcará com uma segunda comitiva no segundo semestre deste ano, quando deve arrematar os diálogos já iniciados pelo vice-governador. “Será uma agenda intensa, para a qual contamos com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Nosso objetivo é transformar esta ótima relação com a China em resultados práticos que incluem, inclusive, a geração de mais empregos para os goianos”, disse Daniel.

 

A reunião na Acieg ainda relembrou os 30 anos dos primeiros acordos comerciais firmados entre Goiás e China pelo então vice-governador Maguito Vilela, pai de Daniel, no segundo governo de Iris Rezende (1991-1994). “O início desta relação trouxe ótimos resultados para o estado. Como a instalação da Mitsubishi, montadora japonesa que fabrica carros e caminhões”, exemplificou Fileti. “Esta viagem é ainda mais especial pra mim”, disse, em tom de saudosismo, o vice-governador.

 

Indústria de tratores

 

Após o evento na Acieg, o vice-governador seguiu para o Palácio das Esmeraldas, onde almoçou com o governador Ronaldo Caiado e empresários do YTO Group Corporation, empresa chinesa fabricante de tratores, colheitadeiras e maquinário de construção. Após tratativas de Daniel, sob orientação do governador, iniciadas no dia 24 de abril, o grupo avalia a possibilidade de instalação de uma planta industrial em Aparecida de Goiânia.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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