Horas antes de o empresário e suplente de deputado federal Márcio Corrêa anunciar saída do MDB e filiação ao PL para disputar a Prefeitura de Anápolis nas eleições deste ano, o vice-governador e presidente regional do MDB, Daniel Vilela, já havia garantido que apoiaria o projeto político do amigo – eles são próximos – e agora ex-emedebista.
Márcio deixou o antigo partido para tentar consolidar-se como o candidato do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro – maior líder do PL – em Anápolis. Além disso, ele quer que sua candidatura sirva de contraponto à do deputado estadual Antônio Gomide, do PT, que atualmente lidera as pesquisas de intenção de votos.
“Ele [Márcio] tem meu apoio”, disse Daniel, em tom incisivo, à reportagem da Rádio Manchester durante breve passagem pela cidade. O vice-governador foi além e disse reconhecer como “legítima” o perfil de oposicionista que o suplente de deputado federal adotou em relação à gestão do prefeito Roberto Naves (Republicanos), que quer emplacar seu vice, Márcio Cândido (PSD), como seu sucessor.
“Ele sempre foi oposição, e sempre reconheci isso. É legítima essa incompatibilidade de visão política e administrativa. Ao final, o que vai ser decidido pelos eleitores é se eles querem a continuidade ou a mudança. O Márcio Corrêa representa a mudança e tem toda razão em manter essa coerência”, destacou Daniel.
O respaldo do vice-governador à nova filiação de Márcio Corrêa e o distanciamento que ele também confirmou, na mesma entrevista, do prefeito Roberto Naves – “há muito tempo que não tenho falado com ele” – sinalizam que a base do governador Ronaldo Caiado em Anápolis vai mesmo dividida para a eleição. Neste caso, resta aguardar para saber como o próprio Caiado administrará a questão em sua terra-natal. Se subirá em um dos palanques ou se manterá neutralidade.