Decisão judicial concede prisão domiciliar para Danúbia Rangel, ex-parceira do traficante Nem da Rocinha, após sua detenção logo depois de dar à luz. A medida foi tomada nesta quinta-feira (17) e permite que ela cumpra sua pena em casa, tendo em vista que a criança, fruto de seu relacionamento atual, possui síndrome de Down e necessita de cuidados especiais. Danúbia estava presa na Unidade Materno-Infantil (UMI) do Complexo Penitenciário de Bangu, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A solicitação da defesa de Danúbia foi acolhida com base na lei que autoriza a prisão domiciliar para detentas com filhos de até 12 anos que apresentem necessidades específicas. No entanto, a decisão estabelece que ela permanecerá em regime fechado, porém em sua residência, sendo obrigada a solicitar autorização judicial para sair. Além disso, será equipada com tornozeleira eletrônica e terá restrições quanto ao uso de meios eletrônicos e recebimento de visitas.

Após a notícia, o rapper Hcalvin, pai do bebê e atual companheiro de Danúbia, expressou sua gratidão nas redes sociais, destacando a justiça divina. Danúbia fora presa no dia 5 de julho logo após o parto de sua filha, em decorrência de um mandado de prisão condenatória referente a um processo de lavagem de dinheiro datado de 2017. Sua condenação ocorreu em maio deste ano, com a expedição do mandado em junho.

A defesa argumentou que a criança nasceu com Síndrome de Down, solicitando a prisão domiciliar para que Danúbia possa prover os cuidados necessários à recém-nascida. Em um vídeo gravado na maternidade, a detenta justificou sua não entrega à polícia, alegando riscos devido à posição pélvica da filha durante o parto. O juiz responsável pela decisão optou por avaliar a soltura de Danúbia em uma audiência de custódia.

Após um período em liberdade iniciado em janeiro do ano passado, quando saiu do Presídio de Benfica após cumprir pena por associação ao tráfico e corrupção ativa, Danúbia voltará a cumprir sua pena de 9 anos e 4 meses em regime fechado. Sua caminhada judicial tem sido marcada por reviravoltas, como a descoberta de um celular na cela em 2019, que a fez retornar ao regime fechado. A expectativa agora é que ela possa continuar sua jornada de forma digna e cuidadosa ao lado de sua filha.