Datafolha: brasileiros se identificam mais com esquerda do que com a direita

Em ano eleitoral, pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado, 4, mostra que a identificação dos brasileiros com a esquerda cresceu e atingiu o maior patamar desde 2013, quando o levantamento começou a ser feito. Segundo a pesquisa, 43% da população afirmou se identificar com a esquerda e centro-esquerda. Outros 34% se alinham com direita e centro-direita.

Ainda de acordo com o levantamento do Datafolha, brasileiros que se simpatizam com o centro somam 17%. Na última pesquisa com esse questionamento, realizada em 2017, os números eram mais próximos uns dos outros. O espectro ideológico da esquerda atraia 41% da população. Já a direita, tinha 40%. Atualmente, 34% se identificam com este espectro ideológico, sendo 9% de direita e 24% de centro-direita

O Datafolha ouviu 2.556 brasileiros acima dos 16 anos, em 181 cidades do país. Para chegar ao resultado, o levantamento perguntou sobre temas como economia, porte de armas, homossexualidade, migração, impostos e legalização das drogas.

Perguntas do Datafolha

Sobre a pena de morte, por exemplo, 61% acham que não cabe à Justiça matar uma pessoa, mesmo que ela tenha cometido um crime grave. Em 2017, o percentual era de 55%.

Além disso, o número de pessoas que defendem que jovens infratores devem ser reeducados cresceu. Em 2017, o total era de 25% e passou para 34% na última pesquisa do instituto. O percentual de quem defende que eles sejam punidos como adultos totaliza 65%, contra 73% da pesquisa anterior.

Já no campo econômico, 71% dos entrevistados acham que o governo deve ajudar grandes empresas nacionais em risco de falência. Em 2017, eram 63% com esta opinião. Sobre direitos garantidos pelo Estado, houve uma pergunta sobre o brasileiro preferir pagar mais impostos e receber mais serviços gratuitos de saúde e educação. Nesta, 48% responderam que sim. O percentual era de 43% na análise anterior.

Por outro lado, a opinião de que empresas privadas devem ser as maiores responsáveis por investir no país e promover o crescimento da economia ganhou espaço, segundo o Datafolha. Foram 24% de respostas favoráveis, um aumento de 4% em relação a 2017. A quantidade de eleitores que atribuíram o papel ao governo caiu de 76% para 72%.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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