Datafolha: maioria dos brasileiros prefere que militares não tenham cargos no governo

Pesquisa do Datafolha divulgada na noite de domingo (11) pela Folha de S. Paulo mostra que 62% dos brasileiros são contrários à participação de militares em manifestações políticas.

A pesquisa ouviu 2.074 pessoas com mais de 16 anos nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Datafolha, 39% dos entrevistados aceitam a presença de militares em eventos políticos e 4% não souberam opinar. Os que mais se dizem favoráveis à participação são os jovens (46%) e os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (41%).

O caso mais recente da presença de um militar da ativa em ato político foi protagonizado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na ocasião, Pazuello subiu em um carro de som com o chefe do Planalto e outros aliados após um passeio de moto no Rio de Janeiro.

O regulamento disciplinar do Exército prevê punição para o militar da ativa que “manifestar-se publicamente […] sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político-partidária”. No ato com Bolsonaro, o ex-ministro falou rapidamente ao microfone: “Parabéns a vocês, parabéns à galera que está aí prestigiando o PR [presidente da República]. Tamo junto (sic).”

Ainda assim, o Exército decidiu não punir Pazuello.

Sobre a participação dos militares no governo, o Datafolha revela que 58% dos entrevistados são contrários; 38% concordam e 4% não souberam responder.

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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