Ir a um bar em Goiânia é o programa preferido de boa parte da população. No atual momento de pandemia, o funcionamento deles sinaliza a retomada à vida quase normal e um estímulo à economia.
A celebração da vida, da união e da alegria entre drinques e petiscos deve ter mais graça este ano com o “De bar em bar” deste ano, que deve movimentar a capital e gerar empregos diretos e indiretos. Após meses fechados em 2020 e também em 2021 por causa das medidas de restrição contra a covid, o evento marca a volta de festivais na capital, mas com medidas sanitárias flexíveis.
A ideia é atrair o público para os 48 estabelecimentos participantes para agitar os bares e restaurantes, expandir as vendas para além do delivery e aumentar a contratação de funcionários.
“No auge da pandemia houve demissões em massa. Agora, com a retomada, acontece o contrário: contratações em massa. Isso é muito bom, mas também complicado porque são muitas pessoas para serem treinadas e se adaptarem em pouco tempo”, diz o presidente da Abrasel Goiás, Danillo Ramos. “A estimativa é que o setor já tenha contratado novamente trabalhadores até passando das 6 mil vagas do ano passado”, destaca.
Para o “de Bar em Bar”, que será realizado entre 11 e 28 de novembro, não houve contratações específicas, mas o setor nesse momento está com mil vagas em aberto para todos os cargos. O impacto econômico pode ser superior a R$ 1 milhão. A expectativa é de Danillo, que se baseia no faturamento do festival Brasil Sabor, realizado em junho deste ano.
Além disso, o impacto indireto é muito importante para girar a economia. Um bar ou restaurante compra insumos da Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO), de atacadistas de bebidas, adquire embalagens e afeta ainda de outros segmentos. O mundo do entretenimento, por exemplo, recebe uma injeção de recurso e de ânimo com a contratação de músicos.
Canais de contratação
A demanda por novos funcionários para o mercado de bares em ocasião ao retorno mais flexível das atividades exigiu um reforço dos canais de acesso dos candidatos ao emprego. Foi necessário, inclusive, apelar a aplicativos de mensagem.
Segundo Danillo, o Sindibares Goiânia realizou um feirão do empego, mas não foi suficiente e o whtasapp serviu para agregar no processo de recrutamento ao permitir o recebimento de mais currículos e indicações.
“Fizemos também campanhas na imprensa para conseguirmos mão de obra. É um sinal claro da tomada de fôlego dos empresários que mesmo com dificuldades estão contratando”, afirma.
Encerramento das atividades
Muitos desse funcionários recém-contratados são pessoas que trabalhavam em bares famosos de Goiânia que não resistiram à crise econômica agravada pela pandemia. Na capital, 6 mil trabalhadores perderam o emprego, aproximadamente, e cerca de 14 estabelecimentos bombados fecharam as portas em Goiânia. Conforme dados da Abrasel referentes a outubro do ano passado, o total chega a 300 mil no País.
No entanto, contrariando o pessimismo, muitos estabelecimentos foram e estão sendo criados. A dinâmica, aparentemente sem sentido, é explicada por Danillo. “Muitos tiveram a saúde financeira comprometida e quando o mercado perde várias empresas, abrem-se novas oportunidades para outros investimentos”, detalha.
Sustento
O mercado de bares influencia diversos setores e é fonte de renda para milhares de famílias. Ele costuma ser a porta de entrada para o mundo de trabalho de muitas pessoas. O presidente da Abrasel Goiás destaca que novas contratações são comuns nesse meio.
“Já temos a característica de exercer a função social de oferecer capacitação e treinamento, então estamos acostumados com isso, mas nossa demanda aumentou bastante”, disse. Ele afirma que o desemprego tornou o setor estratégico para jovens em busca do primeiro emprego e pessoas em busca de mudança ou recolocação profissional.
Os cerca de 50 mil trabalhadores em bares e restaurantes, segundo dados do Sindibares Goiânia e da Abrasel, gerados são para diversas funções dentro dos restaurantes e bares, de recepção à cozinha.
Flexibilização
Há pouco mais de um meio, a Prefeitura de Goiânia publicou um decreto que torna mais flexíveis as restrições sanitárias. O documento prevê a distância mínima de 1,5 metros entre as mesas, contados de qualquer ponto de suas bordas e o não consumo de pessoas em pé.
Conforme o texto, as apresentações de música ao vivo são limitadas a seis integrantes, no máximo, apenas se for possível o distanciamento de 2,25 metros quadrados entre eles. O uso de brinquedoteca também foi liberado.
Os bares e restaurantes na capital foram proibidos de funcionar entre março e julho de 2020. A reabertura ocorreu em seguida antes de um novo fechamento obrigatório em março deste ano. Desde abril, os estabelecimentos voltaram a receber clientes, mas com restrições.
De Bar em Bar
Com o tema “Saúde, vamos brindar à vida”, o festival reúne bares e restaurantes do Brasil para oferecer diversidade gastronômica aos frequentadores com uma receita diferente daquelas já ofertadas no cardápio. Em Goiânia, os pratos custam a partir de 17 reais e a grande maioria são petiscos para duas pessoas.
O presidente da Abrasel Goiás afirma que muitos pratos são porções grandes e saem por menos de R$30. “Os associados capricharam dessa vez. Temos que brindar a vida porque tivemos aprendizado de dar valor à vida num cenário de 600 mil mortos“, ressalta Danillo.
Os protocolos de saúde dos participantes são aqueles previstos no decreto municipal, como álcool em gel, uso de máscara dispensado apenas para a alimentação e distanciamento das mesas. Para ver os restaurantes participantes, os pratos e demais informações basta acessar o site barembar.com.br.