“Cara e coragem”: como ex-aluna da Unicamp chegou a Hollywood
Formada em engenharia da computação, Tati Leite fez os efeitos especiais de filmes de Hollywood como Homem-Formiga e Vespa e O Rei Leão.
São Paulo — Nascida em Santo André, no ABC paulista, Tati Leite trabalha atualmente com efeitos especiais no Estúdio de Animações da Disney, em Hollywood, nos Estados Unidos — um sonho de infância que se tornou projeto de vida e, depois, virou realidade.
Em entrevista ao Diário do Estado, Tati contou que o caminho até a maior potência cinematográfica do mundo foi marcado por muito estudo e trabalho, mas ela garante que todo o sacrifício valeu a pena. Sua trajetória acadêmica inclui o curso de engenharia da computação e o mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo.
Alguns dos filmes que marcam o portfólio de Tati são O Rei Leão, Capitã Marvel, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, Missão Impossível: Fallout, Homem-Formiga e a Vespa e Mufasa, que ainda será lançado.
A paulista explicou ao Diário do Estado como é o dia-a-dia de quem trabalha na área. “Efeitos especiais são meio que um mistério. É tudo que é feito na tela e que não é natural. Por exemplo: se o ator vai cozinhar uma refeição, ele liga o fogão. Se o fogão acende normal, tem zero efeitos especiais, aconteceu naturalmente. Se ele acende o fogão e uma superchama vai até o teto, então tem efeitos especiais”, disse.
“A gente pode modificar o fogão para ele fazer essa superchama na frente da câmera ou a gente pode fazer digitalmente no computador. A minha parte é no computador. Eu faço, eu brinco com as coisas, crio coisas usando o computador”, contou Tati.
Durante o mestrado, Tati teve a oportunidade de ir ao SIGGRAPH, uma conferência mundialmente famosa e uma das maiores e melhores em computação gráfica, em Los Angeles. “Lá eu descobri que tudo que eu sonhava e que eu queria realmente existia. Eu falava: ‘É isso então, o que eu quero existe e eu preciso vir para cá’”, falou. Três semanas após defender o mestrado, ela voltava a Los Angeles.
No exterior, ela começou um curso de entretenimento e direção e passou a se voluntariar para todos os projetos que apareciam a sua frente. O primeiro filme em que ela pôde colocar sua visão foi Homem-Formiga e a Vespa, da Marvel. Sua especialização em atratividade facial foi aplicada neste projeto.