DE Legal remove grades ilegais instaladas por moradores na Asa Sul; operação custou R$20 mil

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Sem autorização, moradores instalam grades em área verde da Asa Sul; DF Legal desmonta estrutura

Cercamento foi instalado na área verde sem autorização; intervenção custou R$ 20 mil e durou menos de 24 horas. Órgão ainda vai cobrar custos da operação.

1 de 1 DE Legal remove grades instaladas por moradores em quadra da Asa Sul. — Foto: TV Globo/Reprodução

DE Legal remove grades instaladas por moradores em quadra da Asa Sul. — Foto: TV Globo/Reprodução

DE Legal removeu, na tarde deste sábado (22), grades instaladas na área verde de uma quadra da Asa Sul, em Brasília.

A estrutura havia sido colocada por moradores, por conta própria, na noite anterior, entre os blocos K e L da 703 Sul, isolando o espaço público e bloqueando passagens e calçadas.

Segundo moradores, a instalação começou entre a noite de quinta e a manhã de sexta-feira (21) e custou cerca de R$ 20 mil — divididos entre 18 vizinhos.

Nem o Iphan, nem a Administração Regional do Plano Piloto autorizaram a intervenção. O cercamento durou menos de 24 horas: o DE Legal fez a remoção da estrutura em cerca de meia hora.

Durante a operação, a servidora pública Fabiane Freitas, moradora da quadra há 15 anos, assumiu a responsabilidade pela instalação das grades. Segundo o DE Legal, ela será multada por cercamento irregular de área pública sem autorização e também deverá arcar com os custos da retirada.

Para a moradora, a instalação foi um “ato de resistência em prol da segurança”.

“Aqui na 703, por estar próximo do Centro Pop, muitas vezes somos vítimas de furtos e invasões às residências. Temos os carros roubados, nossos filhos não podem andar sozinhos porque sempre tem ‘elemento’ portando arma branca, facas. Nossa área verde virou espaço para criminalidade”, afirmou.

VIZINHOS CHAMARAM A POLÍCIA

Nem todos os moradores concordaram com a iniciativa. Vizinhos contrários ao cercamento acionaram a Polícia Militar, que foi ao local na noite de sexta.

A designer de interiores e moradora da quadra Tatiana Restrepo afirma que a PM pediu documentos que justificassem a obra, mas os responsáveis não apresentaram nenhum. Apesar disso, moradores continuaram a montagem no dia seguinte.

A empresária Maíra Belo, que denunciou o caso a órgãos públicos, critica o bloqueio total da área.

“Esse é um caminho que eu sempre faço, meu filho estuda aqui. Imagina as pessoas não poderem transitar, pegar um ônibus, irem à escola, à igreja. É um absurdo”, afirmou.

O QUE DIZ A ADMINISTRAÇÃO DO PLANO PILOTO

“A Administração Regional do Plano Piloto não autorizou qualquer cercamento, grade ou fechamento da área verde da 703 Sul. O local é público, de uso comum e de livre circulação.

Uma equipe do DE Legal já foi acionada para verificar a situação e adotar as medidas cabíveis, incluindo a remoção de estruturas irregulares.”

O QUE DIZ O IPHAN

“O Iphan esclarece primeiramente que não houve solicitação para instalação das referidas grades e que, se houvesse, seria negada, pois a área em questão é pública e a cerca desrespeita o tombamento da cidade.

O Instituto recebeu denúncia sobre a colocação das grades e foi ao local nesta sexta-feira (21), quando a fiscalização determinou, verbalmente, a paralisação da obra.

A fiscalização do Iphan voltará ao local na próxima segunda-feira (24) para entregar o auto de infração aos responsáveis pela obra.

É importante ressaltar que a gestão do Conjunto Urbanístico de Brasília é compartilhada entre o Iphan e o Governo do Distrito Federal (GDF), que deve tomar medidas cabíveis para retirada das grades. A segurança da comunidade precisa ser considerada e estar em sintonia com as normas de preservação. Esta questão também é de responsabilidade do governo local”.

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