De mensagem ignorada a herói nacional: zagueiro de Cabo Verde é convocado pelo LinkedIn e leva país à primeira Copa
Nascido na Irlanda, Roberto Lopes quase perde a chance de defender seleção ao achar que o convite do técnico era spam
Cabo Verde 3 x 0 Essuatíni | Melhores momentos | Eliminatórias Africanas para a Copa [https://s01.video.glbimg.com/x240/14009892.jpg]
Cabo Verde 3 x 0 Essuatíni | Melhores momentos | Eliminatórias Africanas para a Copa
Cabo Verde é mais uma das seleções que garantiram vaga inédita para a Copa do Mundo de 2026. A seleção africana se classificou para a sua primeira Copa do Mundo ao vencer Essuatíni por 3 a 0 [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2025/10/13/cabo-verde-vence-e-conquista-vaga-inedita-na-copa-do-mundo.ghtml]. Livramento, Semedo e Stopira fizeram os gols para os donos da casa e tornaram a seleção cabo-verdiana a 22ª qualificada para o Mundial.
Entre os protagonistas da conquista, um nome em especial tem uma trajetória tão improvável quanto inspiradora: o zagueiro Roberto Lopes.
Roberto Lopes celebra classificação de Cabo Verde para a Copa de 2026 — Foto: Getty Images
Aos 33 anos, o defensor é hoje um dos pilares da equipe cabo-verdiana. Nascido e criado em Dublin, na Irlanda, Lopes jamais imaginou que um dia vestiria as cores do país de origem de seu pai. Em 2019, tudo mudou após uma mensagem recebida no LinkedIn — que, por pouco, ele ignorou para sempre.
O jogador revelou que criou o perfil na rede social ainda na faculdade e praticamente nunca o acessava. Um dia, recebeu uma mensagem em português do então técnico de Cabo Verde, Rui Águas, mas, sem entender o conteúdo, simplesmente deixou passar. Nove meses depois, Águas insistiu e enviou um novo recado — dessa vez em inglês. Curioso, Roberto recorreu ao Google Tradutor e, enfim, descobriu que era um convite para defender a seleção cabo-verdiana.
– Desde pequeno nos ensinam a desconfiar de mensagens estranhas, então achei que fosse um spam. Eu deveria ter usado o Google Tradutor antes. Era algo que sempre quis e no qual adoraria estar envolvido. Tive a sorte de a oportunidade ter aparecido de novo, e, desde então, tem sido uma aventura incrível – contou o zagueiro em entrevista à Fifa.
Filho do cabo-verdiano e de uma irlandesa, Roberto estreou pela seleção logo após aceitar o convite. Seu pai deixou Cabo Verde aos 16 anos para trabalhar como chef em navios internacionais e, anos depois, se estabeleceu definitivamente em Dublin. A convocação do filho reaproximou a família de suas origens africanas.