Justiça manda soltar três acusados de decapitar mulher por entender que eles não
são risco à ordem pública
Justificativa para a soltura alega que ‘não há elementos que demonstrem que
eventual liberdade dos acusados causaria risco à ordem pública’.
Calçadão da Vila do Mar, no Bairro Barra do Ceará, em Fortaleza. — Foto: José
Leomar/SVM
O Juízo da 2ª Vara do Júri de Fortaleza revogou a prisão de três acusados de
matar e decapitar uma mulher em Fortaleza. A Justiça entendeu que Yuri Marques
Nogueira, Francisca Glaucimara Cardozo da Silva e Jadeline Silva, acusados do
crime, não oferecem risco à sociedade. O crime ocorreu em novembro de 2022, e a
decisão que beneficiou os acusados é de março deste ano.
A vítima foi Aurileide Gonçalves da Silva, conhecida como Neide, assassinada no Bairro Pirambu, em Fortaleza. Ela foi amordaçada, assassinada, decapitada e teve o corpo abandonado em uma praia da capital cearense.
De acordo com justificativas da 2ª Vara, “não há elementos que demonstrem que
eventual liberdade dos acusados causaria risco à ordem pública”. Foram aplicadas
medidas cautelares, como a monitoração eletrônica e o comparecimento mensal na
sede da Central de Alternativas Penais.
“O processo encontra-se em fase de instrução, etapa em que são realizadas
audiências e as testemunhas são ouvidas. Após a conclusão dessa etapa, será
decidido se eles irão ou não ao Júri Popular. O processo segue em andamento.
Um eventual descumprimento das medidas implicará na decretação da prisão
preventiva.”, disse o Tribunal de Justiça do Ceará por meio de nota.
VÍTIMA SOFREU EMBOSCADA
O DE apurou que a vítima Aurileide Gonçalves da
Silva teria sido morta porque tinha uma foto no celular de familiares fazendo
símbolos que fazem referência à facção Guardiões do Estado (GDE).
Os assassinos, que são do Comando Vermelho, suspeitaram que ela passava
informações para o grupo rival. Por isso teriam a matado.
No dia do crime, Aurileide foi chamada por uma amiga até um local ermo no Bairro
Pirambu, onde os criminosos prepararam uma emboscada para matá-la. No local,
eles tomaram o celular da vítima, onde checaram as fotos que ela tinha no
aparelho. O corpo foi decapitado e abandonado na Vila do Mar.
As medidas cautelares dos acusados envolvem:
Estar em casa das 20h às 6h, todos os dias
Proibição de ir a locais públicos
Usar tornozeleira eletrônica
Não sair de Fortaleza por mais de 8 dias
Comparecer às audiências convocadas pela Justiça