Décimo terceiro injeta R$ 211 bilhões na economia

“A expectativa é de um crescimento real de 3,9%, um crescimento importante, mas sem euforia”

O pagamento da primeira parcela do 13.º salário, que será nesta sexta-feira (30), para quase 85 milhões de brasileiros, vai injetar R$ 211 bilhões na economia. O volume é inferior ao do ano passado e não deve salvar os varejistas de um Natal “morno”, como é a expectativa do setor. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística Estudos Socioeconômicos, os recursos da primeira parcela do 13.º ficarão 1,3% abaixo do que foi pago no ano passado, já descontada a inflação. E apesar da recente retomada da confiança de empresários e consumidores revelada por vários índices, a expectativa do varejo é de um ritmo de crescimento de vendas neste Natal inferior ao do ano passado.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) espera um avanço real nas vendas de 3,1% neste ano ante 3,9% obtido em 2017. “Será um Natal morno”, diz o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes. Entre os fatores para um crescimento menor, ele destaca a inflação maior neste ano. Um levantamento de preços feito pelo economista com 30 produtos e serviços mais consumidos no Natal mostra que, neste ano, eles subiram 4,5%, ante deflação de 1,2% em 2017. Bentes também aponta a lenta recuperação do emprego como obstáculo a um crescimento mais robusto das vendas e uma certa cautela do consumidor que quer evitar compras a prazo, que normalmente envolvem gastos maiores.

De acordo com pesquisa do SPC Brasil, 57% dos brasileiros vão optar pelo pagamento à vista. Nabil Sahyoun, presidente da Associação de Lojistas de Shoppings, está otimista com as vendas de fim de ano. “A expectativa é de um crescimento real de 3,9%, um crescimento importante, mas sem euforia”, diz. Apesar da melhora na confiança, ele pondera que muitas pessoas estão cautelosas porque o desemprego continua elevado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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