Decisão do STF mantém prisão de Jair Bolsonaro e gera reação da oposição no Congresso

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A manutenção da prisão preventiva de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gerou intensa reação por parte da oposição, que agora busca a votação de um projeto de anistia e planeja ações contra o ministro Alexandre de Moraes em âmbito internacional. A relação do governo Lula com a liderança do Congresso também se desgasta, com crescentes atritos com os presidentes da Câmara e do Senado, o que eleva o risco de derrotas para o Planalto. As articulações no Senado para a sucessão em uma vaga no STF continuam, com o nome indicado pelo governo aguardando definições.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, provocando uma crise política. Em resposta, a oposição no Congresso anunciou a exigência de votação de um projeto de anistia ainda nesta semana. Aliados de Bolsonaro, por sua vez, planejam ações no exterior, com o partido PL, do ex-presidente, denunciando o ministro Alexandre de Moraes em embaixadas. A estratégia foi confirmada pelo deputado Sóstenes Cavalcante.

O senador Flávio Bolsonaro destacou que somente a anistia pode reverter as chamadas “punições absurdas”, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro, em entrevista a Steve Bannon, solicitou que o governo dos EUA, liderado por Donald Trump, intensifique sanções contra Moraes. A prisão de Bolsonaro também movimenta as articulações visando as eleições de 2026, com relatos de aceleração nas discussões do Centrão para definir um nome capaz de enfrentar o presidente Lula.

O desgaste na relação do governo Lula com os presidentes do Legislativo se agravou, com atritos com Arthur Motta, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, do Senado, aumentando o risco de derrotas para o Planalto. O deputado Lindbergh Farias (PT) classificou a postura de Motta como “imatura”, acusando-o de agir “nas sombras”. Motta, em sinal de rompimento, declarou não estar mais disposto a dialogar com o líder do PT na Câmara.

Alcolumbre, por sua vez, foi alvo de críticas de um advogado do presidente dos EUA, Donald Trump, devido à demora em pautar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. As articulações no Senado para a sucessão no STF envolvem a indicação de Jorge Messias, com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, afirmando que a sabatina do indicado será pautada “no momento oportuno”, sem estabelecer uma data. Enquanto busca apoio dos senadores, Messias elogiou publicamente Alcolumbre. Por outro lado, o líder do PL no Senado adiantou que o partido adotará uma postura crítica na sabatina.

Nos demais aspectos do cenário político, o presidente Lula fez uma declaração polêmica ao sugerir que o biodiesel da Petrobras era tão puro que “dá até para beber”. Ele também indicou a possibilidade de o BNDES retomar financiamentos para obras de infraestrutura em nações africanas. No campo partidário, o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou sua desfiliação do PT, atribuindo a decisão a “intrigas palacianas”. Com foco nas eleições de 2026, o deputado Aécio Neves afirmou que o PSDB não apoiará Lula ou um candidato da família Bolsonaro.

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