Decisão judicial libera réus acusados pela morte de João Alberto Freitas em hipermercado: entenda o caso e suas repercussões

Caso João Alberto: Justiça determina soltura de réus acusados pela morte de
homem negro em hipermercado

Morte de João Alberto Freitas aconteceu em 2020. Decisão foi fundamentada no
entendimento de excesso de prazo na prisão preventiva.

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois
homens em Porto Alegre, em 19 de novembro de 2020.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou, nesta
segunda-feira (16), a soltura dos réus acusados pelo homicídio qualificado de
João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado e morto no estacionamento
do Hipermercado Carrefour, em Porto Alegre, em novembro de
2020. Relembre o caso abaixo.

A decisão da 2ª Câmara Criminal do TJRS foi fundamentada no entendimento de
excesso de prazo na prisão preventiva, que já perdurava por quatro anos, e
estendida aos três acusados na mesma situação.

Segundo a relatora do habeas corpus, a desembargadora Rosaura Marques Borba, a
manutenção da prisão preventiva por um período tão prolongado, mesmo
considerando a complexidade do caso, configura cumprimento antecipado de pena, o
que é inaceitável antes do julgamento definitivo.

Os réus deverão cumprir medidas cautelares, como comparecer a todos os atos do
processo, manter seus endereços atualizados e não se ausentar da comarca por
mais de 15 dias sem autorização judicial.

Ao todo, seis réus são acusados pelo homicídio qualificado de João Alberto
Silveira Freitas. No entanto, a ordem de soltura se aplica somente aos três réus
que estavam presos preventivamente.

CRIME E REPERCUSSÃO

João Alberto foi agredido por seguranças do supermercado na noite de 19 de
novembro de 2020. Ele morreu no local, aos 40 anos. Nos dias seguintes,
manifestantes protestaram contra o racismo em Porto Alegre e em outras cidades
do Brasil.

O inquérito policial foi concluído no dia 11 de dezembro de 2020. Para a Polícia
Civil, foi possível identificar que houve um exagero nas agressões impostas à
vítima, sendo resultado da fragilidade socioeconômica de João Alberto. “O racismo
estrutural que são aquelas concepções arraigadas na sociedade foram sim,
fundamentais, no determinar da conduta dessas pessoas naquele caso”, disse a
delegada Roberta Bertoldo na época.

Em agosto de 2021, a polícia promoveu duas noites de reconstituição do caso na
loja do Carrefour onde ocorreu o crime. A primeira noite simulou as versões
apresentadas por oito das nove testemunhas do caso. Já a segunda reprodução se
concentrou nas versões dos réus.

O Carrefour assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) no valor de R$ 115
milhões no caso. O dinheiro é destinado para políticas de enfrentamento ao
racismo. A empresa de segurança Vector, contratada na época pelo supermercado,
também assinou um acordo judicial.

Atualmente, a segurança das lojas do Carrefour não é mais operada por empresas
terceirizadas. Em Porto Alegre, a rede passou a contar com pessoas negras entre
os trabalhadores do setor e adotou o uso de câmeras nos uniformes da equipe.

Milena Borges Alves, viúva de João Alberto, firmou acordo de indenização com o
Carrefour. O valor não foi informado, mas seria superior ao oferecido
inicialmente pela empresa, de R$ 1 milhão.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Descubra a Ilha do Campeche, o Caribe catarinense com acesso controlado e tesouros arqueológicos

Conheça a Ilha do Campeche, ‘o Caribe catarinense’, que passou a ter acesso controlado por ingresso

Local tem areia branca, águas cristalinas e é tombado como patrimônio arqueológico e paisagístico nacional. Segundo a prefeitura de Florianópolis, novas diretrizes buscam “preservar o meio ambiente e garantir a segurança dos visitantes”.

1 de 3 Ilha do Campeche, em Florianópolis — Foto: Lucas Amorelli/ NSC

Ilha do Campeche, em Florianópolis é uma ilha que se destaca por sua areia branca e águas cristalinas em tons turquesa, que a credenciam como o “Caribe catarinense”. Além disso, é um patrimônio arqueológico de valor histórico inestimável, sendo um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina.

Localizada em frente à Praia do Campeche, ela tem aproximadamente 1,6 km de comprimento e 500 metros de largura. Por determinação judicial, apenas 800 pessoas podem visitar o espaço por dia na ilha.

Tombado em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Ilha do Campeche possui a maior concentração de oficinas líticas e gravuras rupestres do litoral brasileiro, conforme o município.

➡️ A Ilha do Campeche é um verdadeiro paraíso, com sua praia de águas caribenhas e areia branca, trilhas terrestres e subaquáticas, sítios com inscrições rupestres e oficinas líticas, além de um monolito com cerca de 9 metros de altura.

2 de 3 Ilha do Campeche, em Florianópolis — Foto: Lucas Amorelli/ NSC

Outro ponto que faz a Ilha do Campeche tão especial são suas águas cristalinas. Segundo o geógrafo Aracídio de Freitas Barbosa Neto, a coloração da água é resultado de poucos rios nas proximidades e das correntes marítimas que banham a região.

Agora, para entrar na Ilha do Campeche, é necessário apresentar um bilhete individual, que deve ser solicitado previamente no site da prefeitura. O ingresso é gratuito, porém os custos ficam apenas para o transporte realizado por embarcações.

De acordo com a prefeitura, as novas diretrizes para transporte e desembarque de visitantes durante a temporada de verão buscam “preservar o meio ambiente, garantir a segurança dos visitantes e o cumprimento das cotas diárias de visitação, conforme determinação judicial.”

3 de 3 Ilha do Campeche, em Florianópolis — Foto: Leonardo Sousa/PMF

A Ilha do Campeche é reconhecida como o Caribe catarinense, sendo um destino imperdível para quem procura belezas naturais e patrimônio histórico em um só lugar. Se você deseja aproveitar esse paraíso, não deixe de garantir seu ingresso e deslumbrar-se com tudo o que a Ilha tem a oferecer.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp