Última atualização 01/04/2017 | 14:34
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon) deflagrou mais uma etapa da Operação “Olho Vivo”, que apura irregularidades no comércio e armazenamento de alimentos em Goiânia. As equipes foram coordenadas pelo delegado Rodrigo do Carmo Godinho e contaram com o apoio da Vigilância Sanitária Municipal e do Procon Goiás.
Nesta fase, a Decon investigou denúncias anônimas relativas ao supermercado Girassol, no Jardim Novo Mundo, região leste de Goiânia. Segundo os relatos, além de comercializar produtos vencidos, o estabelecimento estava exalando fortes odores e continha roedores e insetos em boa parte da instalação.
Ao fiscalizar o local, os policiais constataram condições inadequadas de higiene e precariedade na estrutura física do supermercado, que atuava há dez anos na capital. A administração não atendia às condições de armazenamento de produtos alimentícios, exigida pela lei na manipulação de alimentos. Por essa razão, a Vigilância Sanitária interditou totalmente o local.
Segundo o titular da Decon, Webert Leonardo, a contribuição da população é essencial para que esses estabelecimentos irregulares sejam autuados e a saúde dos consumidores preservada. “Um produto de gênero alimentício ingerido de forma inadequada pode ocasionar uma intoxicação e esse consumidor pode vir, inclusive, à óbito”, alerta.
Conforme a avaliação da Decon, cerca de meia tonelada de alimentos impróprios para o consumo. Apesar disso, o que mais chamou a atenção foram as condições higiênico-sanitárias do estabelecimento. Foram encontradas baratas mortas, veneno para ratos no depósito, juntamente com os produtos a serem expostos para consumo, e ainda naftalina espalhada na parte inferior do freezer de refrigeração da carne que abastece o açougue para a conservação destes alimentos. “Ficou claro que esse empresário não tinha qualquer tipo de respeito aos consumidores”, afirma o titular da Decon.
A atuação verificou também a existência de produtos com validade expirada e resultou na apreensão de 421 quilos de carnes bovinas, suínas, aves e linguiças, além de 40 quilos de produtos diversos com prazo de validade expirado. “O objetivo principal é combater as práticas inadequadas comerciais em supermercados de pequeno médio e grande porte, com a finalidade exclusiva de tutelar a saúde do consumidor goiano”, explica Webert Leonardo.
O proprietário do supermercado, Weber Machado da Silva, foi preso em flagrante, pagou fiança no valor de dois salários mínimos e já foi solto. O inquérito será remetido no poder judiciário e ele responderá pelo crime contra as relações de consumo, que prevê pena detenção de dois a cinco anos ou multa.