A Defensoria Pública apontou um preocupante corte no fornecimento de remédios no Centro de Detenção Provisória I (CDP) em Guarulhos, local que abriga estrangeiros, resultando na trágica morte de cinco deles. Além disso, uma inspeção revelou a ausência de condições para enfrentar o frio intenso. O governo, por sua vez, afirmou que os presos recebem acompanhamento médico desde sua chegada à unidade.
De acordo com o relatório da Defensoria Pública, desde julho, cinco estrangeiros perderam a vida no CDP, que passou a ser o local de detenção de todos os presos de outras nacionalidades do estado. A inspeção realizada pelo Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria revelou a falta de atendimento médico regular e a ausência de medicamentos essenciais de uso contínuo na unidade.
Além disso, foi constatada a superlotação do CDP, operando com 125% acima de sua capacidade e obrigando os presos a dormirem no chão por falta de colchões, cobertores, chuveiros quentes e roupas adequadas para o frio. Até o momento, não há informações oficiais sobre as causas das mortes, porém, um dos presos era hipertenso, segundo relato obtido pela Defensoria.
Os cinco falecidos incluíam um boliviano, um chileno e um tanzaniano, enquanto os outros dois ainda não foram identificados. Em meio a essas tragédias, o governo justifica as mortes mencionando comorbidades dos presos e alegando que eles recebiam amparo médico. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) iniciou uma investigação para esclarecer os fatos.
A SAP afirmou que a unidade possui profissionais de saúde, incluindo dois médicos e cinco enfermeiros, que avaliam os detentos na entrada, prescrevendo medicamentos e dietas específicas conforme necessário. A secretaria também informou que recentemente foram entregues novos colchões nas celas, embora não tenha negado a interrupção no fornecimento de remédios.
Apesar dos cuidados de saúde prestados aos presos, a SAP ainda não se pronunciou sobre a falta de condições para o inverno nem explicou o motivo de um centro de detenção provisória abrigar condenados. A pasta aguarda laudos oficiais para esclarecer as circunstâncias das mortes e destaca o acompanhamento constante da população carcerária, disponível em seu site.