Defesa de mulher que reivindica Mega da Virada alega “perda de chance” e busca indenização justa

Defesa de mulher que reivindica Mega da Virada alega “perda de chance”

Advogado de Elza Jesus de Almeida diz que ficou demonstrado que ela tinha
probabilidade real e certa de ganhar o prêmio da Mega da Virada

São Paulo — O advogado da mulher que diz ter acertado a Mega da Virada,
mas que o jogo não foi registrado, pretende evocar a teoria da “perda de uma
chance” para reinvindicar uma indenização. De acordo com o Superior Tribunal de
Justiça (STJ), a teoria adotada no âmbito da responsabilidade civil, considera que quem, de forma intencional ou não, retira de outra pessoa a oportunidade de um dado benefício deve responder pelo fato.

Elza Jesus de Almeida, 64 anos, moradora do Jabaquara, na zona sul de DE,
afirma ter acertado os números que foram sorteados no último dia 31 de dezembro,
e que a operadora da lotérica não registrou o jogo.

De um canhoto com três apostas, teriam sido registradas apenas as duas
primeiras. A terceira era justamente a combinação de números sorteados: 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57.

Na última sexta-feira (10/1), a mulher notificou a casa lotérica
extrajudicialmente e acionou a Justiça para que essas imagens sejam preservadas e enviadas ao seu advogado, Evandro Rolim.

À reportagem, Evandro disse que o objetivo é verificar as imagens do momento em
que Elza fez o jogo da Mega da Virada. Em seguida, pedir ao perito judicial um
laudo que constate a entrega dos números sorteados para a operadora da casa
lotérica.

Para o ministro do STJ Luis Felipe Salomão, a perda de uma chance é técnica
decisória criada para superar as insuficiências da responsabilidade civil diante
de lesões a interesses aleatórios. No julgamento do REsp 1.540.153, o ministro
observou que a teoria não se aplica na reparação de “danos fantasiosos”, e não
serve para acolher “meras expectativas”. No entender do ministro, o objetivo é
reparar a chance que a vítima teria de obter uma vantagem.

De acordo com a notificação extrajudicial, a lotérica teria três dias corridos,
a partir do envio do documento, para fornecer as imagens. Já a solicitação
judicial precisa passar pela avaliação de um juiz para valer.

Desde que viu o resultado da Mega, no dia 31/12, Elza tem adotado diversas
medidas para provar que jogou os números sorteados e, assim, receber o prêmio ao
qual teria direito.

Elza conta que ainda tem esperança de receber o dinheiro, “porque foi erro
deles”, se referindo à lotérica no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo, onde fez a aposta, e à Caixa
Econômica Federal.

Procurada pelo DE, a Caixa Econômica Federal se manifestou sobre o caso, e informou, no dia 2/1, que o recibo emitido pelo terminal de
apostas é o único documento que comprova o registro da aposta e habilita ao
recebi.

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Vice de Trump recua em perdão a invasores do Capitólio em novos posicionamentos

Vice de Trump recua na promessa de perdão a invasores do Capitólio

J.D.Vance foi em uma direção contrária a do presidente eleito, afirmando que só os que manifestaram pacificamente devem ser inocentados

O vice-presidente eleito dos Estados Unidos, J.D.Vance, recuou na promessa de campanha feita por Donald Trump de conceder o perdão presidencial aos invasores do Capitólio em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021, para impedir a validação da vitória do presidente Joe Biden.

Entenda o caso:

– Em 6 de janeiro de 2021, manifestantes invadiram o Capitólio, em Washington, para contestar a eleição de Joe Biden à presidência.
– Pelo menos dois manifestantes e três policiais morreram em decorrência do ataque.
– Donald Trump fez promessa de campanha para liberar manifestantes que foram condenados e estão presos.
– J.D.Vance afirma que só os que fizeram uma manifestação pacífica devem ser perdoados.
– O prejuízo da invasão, segundo estimativas de outubro de 2022, ultrapassou R$ 15,2 milhões.

JD Vance, em entrevista a emissora americana Fox News nesse domingo (12/1), afirmou que o perdão só deve ser concedido àqueles que foram pacíficos e não aos que invadiram e depredaram o Congresso norte-americano.

“Se você protestou pacificamente em 6 de janeiro, você deveria ser perdoado. Se você cometeu violência naquele dia, obviamente não deveria ser perdoado, e há uma pequena área cinzenta aí, mas estamos muito comprometidos em ver a administração igualitária da lei”, afirmou J.D.Vance.

No entanto, Trump afirmou que um dos primeiros atos como presidente será perdoar os envolvidos na invasão do Capitólio.

Questionado sobre a situação de apoiadores acusados de crimes federais em decorrência do episódio, Trump prometeu conceder perdão presidencial aos envolvidos. No entanto, ele frisou que irá analisar caso a caso, “na primeira hora” da administração.

“Bem, vamos analisar cada caso individual e vamos fazer isso muito rapidamente. Vai começar na primeira hora em que eu chegar ao cargo. E a grande maioria deles não deveria estar na prisão. A grande maioria não deveria estar na prisão, e eles sofreram gravemente”, afirmou o presidente eleito.

Danos causados

Os ataques ao simbólico prédio do Congresso dos EUA em 2021 provocaram a morte de dois manifestantes e três policiais, além de terem deixado 140 feridos. Centenas de pessoas foram condenadas no julgamento em massa relacionado à invasão de 6 de janeiro de 2021. Crimes mais graves foram julgados individualmente, gerando penas de mais de 20 anos.

O prejuízo, segundo estimativas de outubro de 2022, ultrapassou R$ 15,2 milhões. O montante engloba danos no edifício e nos terrenos do Capitólio, além de custos relativos aos prejuízos da Polícia do Congresso.

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