Defesa de Natalino pede habeas corpus por risco à saúde na prisão

A defesa do ex-deputado Natalino interpôs um habeas corpus alegando que ele está em perigo de morrer na prisão devido a problemas de saúde. Natalino, de 69 anos, encontra-se detido desde 10 de dezembro do ano passado em decorrência de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro que visa combater a grilagem de terras em Búzios, na Região dos Lagos. A defesa do ex-policial civil e ex-deputado estadual do RJ, conhecido por ser um dos fundadores da Liga da Justiça, a primeira milícia do Rio de Janeiro, formalizou o pedido na quinta-feira (2).

Segundo os advogados de Natalino, ele é portador de câncer, diabetes, hipertensão e problemas psiquiátricos. Além disso, o ex-deputado possui um filho com esquizofrenia que requer cuidados especiais, uma vez que a esposa de Natalino, apontada como responsável pelo rapaz, é idosa e não tem condições de cuidar dele sozinha. Os defensores também alegaram que Natalino não participou da audiência de custódia que manteve sua prisão, o que, segundo eles, seria irregular, e criticaram a detenção do ex-deputado em Bangu 1, uma penitenciária de segurança máxima.

O ministro Dias Toffoli será responsável por julgar o pedido de liberdade feito pela defesa de Natalino. De acordo com os advogados, a prisão domiciliar ou medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica, seriam mais adequadas no caso do ex-deputado. Afirmam que o mandado de prisão seria desnecessário, uma vez que não há elementos que sustentem as acusações contra Natalino.

O ex-deputado Natalino Guimarães tem um histórico relacionado à milícia, tendo sido apontado como um dos líderes da Liga da Justiça em 2008. Foi condenado por formação de quadrilha e porte ilegal de armas, passando 10 anos em um presídio federal e posteriormente em Bangu, até ser libertado em 2018. Seu irmão, Jerônimo Guimarães, conhecido como Jerominho, também envolvido com a milícia, faleceu em 2022 após ser baleado.

A operação que levou à prisão de Natalino e de outras pessoas acusadas de envolvimento com a grilagem de terras foi desencadeada a partir de denúncias de invasões em áreas na região da Estrada da Fazendinha. O grupo investigado estaria atuando desde 2020 com métodos violentos e fraudulentos, incluindo o uso de seguranças armados, desmatamento de áreas protegidas e incêndios criminosos. A prisão de Natalino foi mantida devido à gravidade das acusações e à necessidade de garantir a segurança pública.

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Traficantes usam drones para monitorar operações policiais em comunidade de Serrinha: líder do tráfico é investigado.

Traficantes usam drones para monitorar operação das autoridades de segurança na comunidade de Serrinha, localizada em Madureira. De acordo com as investigações, a quadrilha liderada pelo traficante William Yvens da Silva, conhecido como Coelhão, é responsável pelo monitoramento, sendo ele homem de confiança de Wallace Brito Trindade, conhecido como Lacoste, o qual lidera o tráfico no complexo.

Os criminosos utilizam drones para monitorar as ações da Polícia Militar na região, como ocorreu na última quinta-feira (9) quando operação do 9º BPM (Rocha Miranda) estava em andamento. Através de rádios de comunicação, os olheiros do tráfico mantinham o restante da quadrilha informado sobre a movimentação dos policiais e dos veículos blindados.

Os olheiros, como são chamados os responsáveis por monitorar os passos da polícia, não precisam mais ficar em locais estratégicos e expostos, pois a utilização de drones permite obter informações em tempo real de forma privilegiada. Com isso, a dinâmica da vigilância do tráfico tem mudado, tornando-se mais sofisticada e eficiente.

Lacoste, líder do tráfico no Complexo da Serrinha, está envolvido em polêmicas, como o caso de tortura de mulheres que tiveram os cabelos raspados à força devido à desavença com o grupo. As imagens viralizaram nas redes sociais, gerando repercussão em relação à violência imposta pelo tráfico na região.

Além disso, a Polícia Militar conseguiu apreender drogas e um fuzil durante a operação, porém nenhum suspeito foi preso. A utilização de drones para monitorar ações policiais e lançar explosivos em comunidades como o Complexo de Israel e Quitungo, na Zona Norte, tem sido alvo de investigações pela Polícia Civil.

A investigação visa coibir a utilização indevida desses equipamentos por traficantes rivais, visando a segurança da população e das autoridades. Em casos anteriores, traficantes do Complexo de Israel e Quitungo foram feridos por estilhaços de explosivos lançados por drones, demonstrando a gravidade da situação. A utilização desses dispositivos de forma criminosa representa um desafio para as forças de segurança no combate ao crime organizado.

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