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Defesa do acusado por assédio a escrivã diz que gravações estão “fora de contexto”

Última atualização 21/07/2023 | 17:07

Os advogados do policial Celso Trindade de Andrade, investigado por assédio moral contra a escrivã Rafaela Drumond, em Minas Gerais, declarou que os registros feitos pela vítima foram “tirados de contexto”.

A vítima foi encontrada morta pelos pais em 9 de junho, no município de Antônio Carlos, em Minas Gerais. A polícia analisa a possibilidade de que a Rafaela teria tirado a própria vida por sofrer diferentes casos de assédio na delegacia que ela trabalhava em Carandaí.

Em um vídeo filmado pela Rafaela aparece a voz do policial xingando a vítima de “piranha” e debochando da escrivã no local de trabalho. O advogado do suspeito, Marcelo Chaves, afirmou que é Celso que insulta a vítima na gravação. Porém, ele alega que o registro foi tirado de contexto.

“O vídeo começa quando o Celso reage, quando ele começa a discutir com a Rafaela. É uma discussão, mas o primeiro momento dessa discussão não foi gravado”, relatou Marcelo Chaves ao portal G1.

A Briga

Na gravação, feita pela escrivã, Celso narra:

“Grava e leva no Ministério Público, na Corregedoria, na puta que pariu, nos diabos, leva pra quem você quiser.”

Depois, Rafaela rebate:

“Mas eu não vou esquecer do que você me chamou não, tá, querido?!”

O Policial responde:

“Ah, de tudo que eu falei, ela tá preocupada com ‘piranha’. É muita cabecinha fraca. É muita cabecinha fraca.”

Questões Psicológicas

O policial foi afastado do cargo por causa do início das investigações sobre o assédio. Marcelo Chaves manifestou sobre o afastamento. “A nossa manifestação após longo silêncio é porque essa condenação antecipada pode ter consequências irreversíveis para todos os envolvidos, inclusive para os familiares da Rafaela”, disse.

De acordo com o advogado, o militar foi submetido a uma avaliação médica, que informou que Celso não tinha condições de voltar ao trabalho. A partir disso, está afastado, mediante licença médica por questões psicológicas.

Entenda o caso

Rafaela Drumond, de 31 anos, trabalhava como escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais. Ela foi encontrada morta pelo pai após relatar através de mensagens de áudio e texto para os amigos, a pressão psicológica e assédio que vivenciava no trabalho. “Mesmo a gente estando certa, a gente está errada, a gente sofre retaliação. A gente tem medo de falar e, quando fala, é pior ainda pra gente, porque a gente é perseguido”, relatou.

“Eu não estou aguentando mais, porrada de tudo quanto é lado. Mostra esse áudio, é pra aparecer mesmo, não vai adiantar nada. Porque o ser humano é um lixo, e daqui a uma semana ninguém vai nem estar lembrando”, continua o desabafo.