Defesas e famílias de presos por estelionato reclamam da falta de acesso ao inquérito

estelionato

Advogados e familiares do grupo preso na última terça-feira, 30 de agosto, acusado de estelionato, por aplicar golpes pelo WhatsApp, reclamam da falta total de acesso ao inquérito. Segundo eles, a Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), alega que o processo corre em sigilo e que, assim estaria vedado o acesso aos autos. No total, a Polícia Civil (PC) cumpriu 17 mandados de prisão em Goiânia, Senador Canedo, Bonfinópolis e Goianira.

A insatisfação dos profissionais de defesa tem uma explicação legal. Mesmo com o sigilo do processo, eles têm a prerrogativa de acesso a documentos como a decisão que motivou a prisão dos acusados e à cópia dos mandados. “Deveríamos acessar tudo que diz respeito às diligências já realizadas. O que está acontecendo é o cerceamento de defesa”, explica um dos advogados.

Enquanto isso, das 17 pessoas detidas, e que são mantidas na sede da Delegacia Estadual de Capturas, em Goiânia, apenas uma gestante foi liberada. “Precisamos de detalhes para melhor compreender a situação e agir, como preconiza a lei, no sentido de garantir o amplo direito à defesa”, completa o profissional, explicando que houve audiência de custódia nesta quarta-feira, 31, onde os advogados manifestaram o descontentamento frente ao magistrado.

Detalhes sobre o golpe

O grupo preso na manhã da terça-feira, 30, é acusado de aplicar o golpe do novo número nos quatro municípios goianos onde foram cumpridos os mandados de prisão, mas também fizeram vítimas em outras partes do país, incluindo em São Paulo, onde uma delas teve prejuízo de R$ 115 mil.

Na época, segundo a PC, um dos suspeitos fingiu ser o filho da idosa e através do WhatsApp, informando falsamente possuir um novo número, convenceu a vítima a realizar transferências bancárias. O criminoso alegou problemas no pagamento de quantias que ultrapassaram o valor de R$ 100 mil, as quais seriam destinadas a uma ‘surpresa’. Acreditando que estava ajudando o filho, a vítima fez cinco transferências. O caso ocorreu em março de 2021.

Ao ter conhecimento de que havia sido enganada, a mulher procurou a Polícia Civil em São Paulo. Na sequência, o Grupo de Repressão a Estelionatos e outras Fraudes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Gref/Deic) de Goiânia assumiu o caso, prendendo cinco suspeitos após alguns meses.

As apurações continuaram e os policiais identificaram outras duas vítimas e 24 pessoas suspeitas. Eles tiveram os mandados de prisão temporária decretados e 22 deles foram cumpridos na manhã desta terça-feira, 30. Durante a ação, um dos criminosos foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

Nota-resposta

Por meio de nota, a assessoria da Deic informou que o Judiciário decretou sigilo e, assim, não cabe comentar o caso. “Ademais tem a Súmula Vinculante do STF que estabelece que os advogados não terão acesso aos elementos de prova que ainda não estiverem documentados (ou seja, diligências em curso)”.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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