Deflagrada segunda fase da Operação Mãos à Obra

De acordo com o apurado pelas investigações, o presidente do Legislativo teria autorizado, em 2016, o pagamento de diárias a vereadores sem qualquer justificativa

O Ministério Público de Goiás deflagrou na manhã desta terça-feira (20) a 2ª fase da Operação Mãos à Obra. A operação investiga irregularidades na autorização para pagamento de diárias pela Presidência da Câmara de Vereadores de Planaltina de Goiás, entre os anos de 2016 e 2018. Assim como no recebimento dessas diárias por parlamentares da Casa. Na primeira fase da operação, o objetivo foi apurar irregularidades detectadas nas obras de reforma da Câmara Municipal. A ação resultou na prisão do ex-presidente do Legislativo e atual prefeito de Planaltina, Pastor André.

Nesta etapa, foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da Câmara de Vereadores para que o  Ministério Público tenha acesso a documentos que comprovam a existência das irregularidades. De acordo com o apurado pelas investigações, o presidente do Legislativo teria autorizado, em 2016, o pagamento de diárias a vereadores sem qualquer justificativa. Além disso, há indícios de que os investigados teriam falsificado comprovantes para justificar o recebimento dessas diárias.

De acordo com o MP-GO, esta 2ª fase é coordenada pelo promotor de Justiça Rafael Simonetti Bueno da Silva, da 4ª Promotoria de Justiça da comarca, e conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno, e da Polícia Civil de Planaltina, coordenada pelo delegado Bruno Ramos Mendes, com a participação de dez agentes de polícia.

(Informações: Ministério Público de Goiás)

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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