“Deixamos de faturar R$ 15 bilhões durante a pandemia”, diz presidente do Sindibares

“Bares, restaurantes, casas de festas, festas infantis e shows de toda a natureza”, é assim que Newton Pereira, presidente do Sindibares, explicou o tamanho deste setor econômico em Goiânia, que foi duramente golpeado pela pandemia do novo coronavírus. “Enfrentamos todos os tipos de problemas. Retomamos com o mercado totalmente desajustado. A pandemia provocou uma falta de conexão dos mercados, da indústria e do comércio”, contou ao Diário do Estado.

Segundo as estimativas do Sindibares, são 14 mil restaurantes, 24 mil proprietários, 40 mil funcionários empregados diretamente, e se, considerar outros trabalhadores indiretos, como “o que monta o palco, a iluminação,  a decoração”, são mais 40 mil pessoas. “Só aí, já são 100 mil pessoas sem qualquer tipo de renda em 210 dias de paralização“, comentou. “Fomos salvos pela MP 936 do Governo Federal que possibilitou o repasse de algum valor para o funcionário, sem pesar tanto no bolso do empresário”, comemorou Newton.

Além do fechamento dos estabelecimentos, os problemas seguem para o setor devido ao recente aumento nos preços de produtos básicos para bares e restaurantes. “Tivemos aumentos de preços violentos: na carne, no arroz, no feijão, na soja, tomate”. O presidente do Sindibares explicou que, num cenário mais amplo, tanto a indústria, quanto o agronegócio e as commodities (produtos primários) estão “totalmente desajustados”.

O setor, tão badalado na capital goiana, está numa verdadeira sinuca de bico. “Se por um lado temos uma pressão muito grande dos fornecedores nas altas de preços, por outro lado temos esse desafio do mercado para o cliente que não consegue pagar mais do que isso porque também teve sua capacidade de compra afetada“. Os danos financeiros são inegáveis: “Nosso seguimento nessa pandemia deixou de faturar 15 bilhões de reais, ou seja, são duas vezes o orçamento do município de Goiânia para 2021″, comparou Newton Pereira.

Mas o Sindibares continua trabalhando arduamente para que a situação seja normalizada. “Estamos fazendo uma previsão que uma normalidade vai se dar mais ou menos no mês de março de 2021, que é quando vamos conseguir adequar não só a questão das restrições, mas também com relação a compras de mercadorias e fornecimento de matéria-prima para o seguimento”, arriscou o presidente do sindicato.

Veja mais informações na entrevista completa:

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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