Delegada atira em suspeito de estupro para proteger vítima, em Anápolis

Na tarde de sexta-feira, 27, um incidente grave ocorreu na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, um município a cerca de 55 km da capital goiana. A delegada titular, Aline Lopes, precisou atirar contra um homem suspeito de estuprar a própria filha para contê-lo e proteger uma testemunha.

O caso começou quando a denúncia de abuso sexual estava sendo registrada na unidade policial pelo Conselho Tutelar. A vítima, uma adolescente de 14 anos, a mãe dela e uma testemunha estavam presentes. O suspeito tentou impedir que a testemunha pegasse documentos para registrar a denúncia contra ele, e em um momento de tensão, ele tentou arrastar a vítima do local à força.

Devido à ausência de um policial, a delegada Aline Lopes entrou em conflito com o homem. Ela conseguiu retirar a garota dos braços do pai e encaminhá-la para outra sala. Posteriormente, ao acompanhar a testemunha que denunciava o caso até o carro para pegar documentos, a delegada se deparou com o homem na praça em frente à delegacia. O homem, apesar de alertas, continuou se aproximando da testemunha, o que levou a delegada a efetuar um disparo na região da perna dele para evitar qualquer agressão.

A delegada explicou que a ação foi de legítima defesa, visando impedir que a agressão continuasse e cessasse. O homem foi autuado em flagrante por coação no curso do processo, uma vez que sua intenção era impedir que a filha o denunciasse e passasse por exames. Ele foi encaminhado para o hospital, onde está sendo custodiado, e após ter alta, será preso pelo crime de estupro de vulnerável.

Sobre o caso de estupro, a investigadora relata que ainda não tem detalhes sobre a situação. No entanto, sabe-se que a mãe e a adolescente têm problemas mentais e que a menina teria relatado para uma vizinha o que o pai fazia com ela.

A polícia vai apurar o caso e o que motivou o homem a querer impedir que a polícia apurasse o caso.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp