Delegada da Polícia Civil de Trindade é afastada por envolvimento com padre Robson

Novos áudios descobertos na investigação contra o padre Robson de Oliveira apontam envolvimento dele com a delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Renata Vieira. Ela investigava um caso de extorsão que o padre estaria envolvido. As novas provas indicam que ela chegou a corrigir um depoimento dele dado à polícia.

Conforme foi apontado pela reportagem exibida pelo Fantástico, o Padre Robson teria um relacionamento amoroso com Tallita di Martino. Por isso, o marido dela, Tayrone di Martino teria chantageado o padre para escrever uma biografia dele. Esse era o caso que a delegada Renata investigava.

A delegada ainda teria corrigido um depoimento do padre no inquérito. “Renata, eu mandei pra você aí, é uma coisa bem laica mesmo, eu fiz da minha cabeça aqui, se quiser mudar também muda”, afirmou o padre. A delegada responde com “não se preocupe”.

A reportagem conta que, após ajudar o padre neste caso, a delegada teria conseguido um contrato para venda de fragrância aromática para os fiéis da Basílica de Trindade. Na última sexta-feira, 19, Renata foi afastada da Deam.

Em nota enviada ao Fantástico, a delegada diz que é amiga do padre Robson desde 2009 e que o inquérito foi presidido dentro das “normas da lei”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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