Delegado condenado a 50 anos de prisão pode recorrer em liberdade: os detalhes da Operação “Transformers” em Juiz de Fora

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Condenado a 50 anos, 6 meses e 8 dias de prisão, o delegado da Polícia Civil Rafael Gomes poderá recorrer da pena em liberdade. Segundo o juiz Daniel Réche da Motta, da 1ª Vara Criminal de Juiz de Fora, o réu esteve solto durante todo o processo, e não há motivos para a decretação de prisão temporária ou preventiva antes do julgamento final. Investigações durante a Operação “Transformers” resultaram na condenação de Rafael Gomes por organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

O Ministério Público de Minas Gerais apontou que o grupo criminoso movimentou cerca de R$1 bilhão em Juiz de Fora entre 2018 e 2022. Na nota divulgada pela defesa de Rafael Gomes, por meio do advogado Gustavo Badaró, foi expresso o inconformismo com a decisão e a afirmação da inocência do delegado. O próximo passo será o recurso da defesa, a ser avaliado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sem data prevista para o resultado.

O esquema em que o delegado participava era dividido em quatro núcleos: corrupção policial e jurídico, logística, operacional e liderança financeira. O tráfico de drogas e lavagem de dinheiro era gerenciado pelo setor financeiro, enquanto o núcleo de corrupção protegia as atividades ilícitas. A liderança controlava e coordenava todas as operações do grupo criminoso em Juiz de Fora.

Rafael Gomes e os investigadores recebiam propina do traficante em troca de não investigar ou interferir nas atividades da organização criminosa. Negociações foram feitas após apreensões de drogas, incluindo a troca de substâncias ilícitas e demanda por propinas. A Operação “Transformers” resultou em 29 prisões em Juiz de Fora, incluindo o delegado e seis investigadores da Polícia Civil.

A atuação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante a Operação “Transformers” em 2022 resultou em investigações e prisões de servidores e policiais envolvidos no esquema criminoso. Os mandados de busca e prisão foram cumpridos em diversos bairros de Juiz de Fora, revelando a extensão das atividades ilegais. A investigação continua em andamento, aguardando os próximos desdobramentos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

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