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Delegado do caso Lázaro é suspeito de desviar bens apreendidos

Última atualização 14/08/2023 | 16:51

O delegado Rafhael Neris Barboza, que foi um dos responsáveis pela investigação do caso de Lázaro Barbosa, perdeu o cargo público após ser acusado de desviar e se apropriar de itens apreendidos em investigações policiais. Segundo as informações, as irregularidades ocorreram quando ele exercia a função na Delegacia da Polícia Civil de Uruaçu, sendo descobertas em novembro de 2018.

De acordo com Rafhael, ele não se apropriou dos itens, mas os doou para pessoas em recuperação, justificando que queria ajudar. Os escrivães que trabalhavam na delegacia informaram que ele teria se apropriado de cinco celulares, uma geladeira duplex e uma televisão de 32 polegadas.

A televisão, entretanto, foi doada a uma igreja com objetivo de ser utilizada na recreação infantil. A Justiça, então, absolveu o delegado pelo desvio da geladeira e da TV, mas o condenou pela apropriação dos celulares.

O delegado poderá responder em liberdade, uma vez que “não consta no processo circunstância hábil o suficiente para se concluir pela necessidade da segregação cautelar ao sentenciado”. No entanto, ele deverá pagar 67 dias-multa, e um dia corresponde a 1/30 do salário-mínimo vigente na época.

Decisão

A decisão do afastamento total do delegado partiu do juiz Gabriel Lisboa Silva, que também o proibiu de se aproximar da delegacia de Uruaçu e das testemunhas do Ministério Público. Rafhael teve ainda que devolver as armas de fogo para a Corregedoria da Polícia Civil.

Tudo começou quando Rafhael foi transferido à comarca de São Miguel do Araguaia para substituir o delegado Fernando Martins, que ocupou o lugar dele em Uruaçu. Ao realizar o inventário, Martins descobriu que o outro delegado doava indevidamente objetos apreendidos em decorrência de cinco inquéritos policiais em andamento e processos encaminhados ao Judiciário.

Nota do delegado

Gostaria de esclarecer que não me apropriei dos bens, bens estes frutos de contrabando e que provavelmente seriam destruídos ou descartados. Os bens foram doados a pessoas em recuperação, com único intuito de ajudar. Não houve prejuízo ao erário, e nenhuma vantagem da minha parte. Tudo foi documentado. Onde eu me responsabilizava por estes objetos confeccionando termo de depósito em meu nome. Os bens foram devolvidos em espécie logo que fui procurado pela Justiça. Sigo no cargo de delegado de Cocalzinho de Goiás até o trâmite final do processo.

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