Delegado e policiais presos em operação contra corrupção policial após delação de empresário assassinado: investigações revelam esquema criminoso.

DElegado preso em operação da PF e MP contra corrupção policial foi delatado por
Gritzbach antes de empresário ser assassinado

Um delegado e quatro policiais civis são alvo de mandados de prisão. Ação reúne
dados de diversas investigações sobre a facção, inclusive o homicídio do delator
Vinícius Gritzbach.

PF e do Ministério Público fazem operação para prender policiais — Foto: Foto:
Divulgação

O delegado Fabio Baena, preso nesta terça-feira ( 17) numa operação conjunta da
Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) contra corrupção policial, havia sido delatado por
Vinicius Gritzbach antes de o empresário ser assassinado em novembro.

Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em
Guarulhos. Dois homens estão presos pela força-tarefa suspeitos de participarem
da execução do empresário. Eles teriam ligação com o Primeiro Comando da Capital
(PCC).

A força-tarefa, que é composta por autoridades policiais, também investiga se
policiais estão envolvidos no homicídio de Gritzbach.

Em 2023, o empresário havia denunciado Baena e outros policiais civis por
extorsão. Em deleção premiada dada à época ao Ministério Público, Gritzbach
havia dito que os agentes cobraram dinheiro dele para não responsabilizá-lo
pelos assassinatos de dois integrantes do facção criminosa PCC.

Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem
Sangue”, eram membros do Primeiro Comando da Capital. Eles foram mortos a tiros
em 2021 na capital paulista. Gritzbach lavava dinheiro do tráfico de drogas para
a quadrilha e passou a ser investigado pela Polícia Civil por suspeita de ser o
mandante dos assassinatos dois dois.

Baena era delegado do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP) quando investigou o empresário pelas mortes de “Cara Preta” e “Sem
Sangue”. Segundo Gritzbach, o policial e seus subordinados cobraram propina dele
para que não o responsabilizasse pelos crimes. Mas como Gritzbach não pagou os
policiais, eles o indiciaram pelos homicídios dos dois membros do PCC.

Contudo, quando Gritzbach foi ouvido pelo MP, ele decidiu delatar o delegado e
os outros policiais os acusando de extorsão. Essas informações chegaram ao
conhecimento da Polícia Federal que realizou a operação nesta terça.

Além de Baena, também foram presos mais três policiais civis e outras três
pessoas suspeitas de envolvimento em crimes de corrupção. Um outro agente da
Polícia Civil também é investigado e procurado pela PF.

A “Operação Tacitus” é feita pela PF e promotores do Grupo de Atuação Especial
de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, com
apoio da Corregedoria da Polícia Civil do estado.

A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, e determinou buscas e
apreensões em endereços relacionados a eles, e outras medidas cautelares como
bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.

Caso Gritzbach: novas imagens mostram momento da execução do empresário

Segundo fontes do caso, as apurações levaram à descoberta de um esquema
criminoso que envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais,
venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem
de dinheiro do PCC.

As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização
criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.

São 130 policiais federais e promotores com apoio da Corregedoria nas ruas. Ao
todo, eles tentam cumprir 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na
capital de São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no
interior do estado.

Os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes
organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As
penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.

A operação foi batizada de Tacitus, termo que vem do latim que significa
silencioso ou não dito, em alusão à forma de atuar da organização criminosa.

Os policiais civis são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e
facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de
intermediários ou empresas de fachada. Eles também são suspeitos de desviar bens
que deveriam ser apreendidos.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Mulher é esfaqueada pelo ex próximo a ponto de ônibus em Sertãozinho

Mulher esfaqueada em Sertãozinho tinha medo de denunciar ex, diz polícia

Gerlane Talita Silva de Medeiros levou pelo menos dez facadas, mas o estado de saúde é estável e ela não corre risco de morte. O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (19).

Homem esfaqueia ex-namorada próximo a ponto de ônibus em Sertãozinho

Ainda no hospital, a mulher de 31 anos que foi esfaqueada pelo ex-marido em Sertãozinho (SP) prestou depoimento à polícia na tarde de quinta-feira (19). Gerlane Talita Silva de Medeiros levou pelo menos dez facadas, mas o estado de saúde dela é estável e ela não corre risco de morte.

À EPTV, afiliada da TV Globo, a delegada Raphaela Sanches Corrêa disse que a vítima recebia ameaças constantes do ex e tinha medo dele. Ednaldo dos Santos Ananias, de 41 anos, está foragido.

“Ela nos relatou que viveu em união estável por oito anos e, durante esses oito anos, ele sempre se revelou uma pessoa possessiva e agressiva. No entanto, ela nunca registrou um boletim de ocorrência, porque acreditava que, como não tinha uma testemunha presencial dos fatos ou uma prova material, uma mensagem escrita, não poderia acionar a polícia”.

Gerlane Talita Silva de Medeiros foi esfaqueada pelo ex-marido, Ednaldo dos Santos Ananias, em Franca, SP — Foto: Redes sociais

Gerlane foi atacada por Ednaldo por volta das 6h quando esperava o ônibus com o atual companheiro para ir ao trabalho. O crime aconteceu na Rua Antônio Caetano do Nascimento, no Jardim Santa Rosa II.

Primeiramente, o suspeito partiu para cima do namorado de Gerlane, mas ele conseguiu escapar e correu. Em seguida, Ednaldo atacou a ex-mulher. Ela foi atingida nas costas, no braço, na orelha, no pescoço e no peito.

Ele fugiu logo em seguida e pessoas que passavam pela via no momento do crime acionaram o socorro. Segundo a polícia, Ednaldo já tem passagens por tráfico de drogas.

Gerlane também contou em depoimento que começou a namorar há dois meses e o ex não aceitava o fim do relacionamento.

Ela contou à delegada que Ednaldo passou a enviar mensagens com ameaças pelo celular, mas como apagava o conteúdo na sequência, a vítima acreditava que não poderia denunciá-lo sem prova.

Ainda segundo Raphaela, Gerlane nunca fez um boletim de ocorrência contra o ex e também nunca pediu medida protetiva à Justiça.

“Ela achava que não tinha como procurar a polícia, mas a palavra da vítima é o suficiente para procurar a polícia. Se a mulher está em risco de vida, ela deve procurar a polícia e solicitar uma medida protetiva a fim de se evitar que algo muito mais grave, como aconteceu hoje, possa ocorrer com ela”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp