Delegado fora de serviço ofende subtenente e é detido por desacato

Um delegado da Polícia Civil do Ceará, Igor Vasconcelos Fernandes, de 41 anos, foi detido na noite da sexta-feira, 15, em Fortaleza por desacato a autoridade. O incidente ocorreu em um restaurante no bairro Varjota, onde o delegado, que estava de folga e apresentava sinais de embriaguez, confrontou um policial militar em serviço.
De acordo com relatos, os policiais foram chamados ao local após denúncias de um homem bêbado e armado causando tumulto no estabelecimento. Ao chegarem, descobriram que o homem era o delegado Igor Vasconcelos Fernandes.
 
No vídeo da confusão, o delegado é filmado visivelmente alterado e com a fala arrastada, respondendo aos agentes com ironia e xingamentos. Ele chama o policial de “vagabundo”, ao que o subtenente responde: “Vagabundo não, me respeite.” Em outro momento, Igor diz: “Eu sou delegado de polícia, tu é quem?” O policial militar responde: “Eu sou subtenente da Polícia Militar, estou trabalhando. Você tá de folga, bêbado.”
O subtenente chamou outra equipe da Polícia Militar para ajudar na ocorrência. Após a chegada do reforço, Igor resistiu à detenção, mas acabou sendo levado para o 2º Departamento de Polícia. No distrito policial, foi registrado um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) contra ele por desacato, considerado um crime contra a administração pública. Após o procedimento, o delegado foi solto.
 
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) afirmou que está investigando os fatos no âmbito administrativo. A Secretaria de Segurança Pública também informou que o delegado responderá a um processo disciplinar.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp