Delegado Waldir é ameaçado de morte por comerciante após operação na Vila Canaã

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu nesta segunda-feira, 27, mandados de busca e apreensão na casa de um comerciante suspeito de ameaçar de morte o presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Waldir Soares de Oliveira. As ameaças foram feitas após uma operação de combate de peças roubadas e furtadas na região da Vila Canaã, em Goiânia.

Segundo a polícia, as ameaças foram feitas pelo suspeito em uma roda de conversa. Na ocasião, o comerciante teria proposto a criação de uma vaquinha para levantar recursos para encomendar o assassinato do delegado Waldir. A proposta acabou chegando na corporação após uma denúncia anônima.

“A denúncia foi corroborada com elementos testemunhais e celulares que foram apreendidos na missão de busca e apreensão. A DEIC [Delegacia Estadual de Investigações Criminais] fez alguns levantamentos e identificamos o suspeito”, explicou Murillo Leal, delegado responsável pelo caso.

Os mandados foram cumpridos em caráter de urgência, pois se tratava se uma ameaça a autoridade pública e ataques às instituições envolvidas na operação. A investigação também descobriu que o suspeito já possuía extensa ficha criminal, com processos de estelionato e associação criminosa.

Em depoimento, o suspeito negou ter feito as ameaças e foi liberado em seguida. Segundo Murillo Leal, as investigações devem continuar e o inquérito deve ser finalizado até o próximo final de semana. Caso seja condenado, o autor do crime pode responder pelo crime de ameaça, cuja pena é de um a seis meses de detenção ou multa.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp