Demissão por justa causa suja a carteira de trabalho?

Essa dúvida acomete muitas pessoas e é uma das mais frequentes no cotidiano da advocacia. Mas, de início é possível responder que não suja a carteira de trabalho. Isso porque o empregador não pode descrever na sua carteira o motivo pelo qual você foi mandado ou mandada embora.

Se por acaso isso acontecer, o empregado deve procurar um advogado trabalhista para denunciar a empresa e ainda pedir uma indenização por danos morais.

Lembrando que a única anotação que é necessária identificar na carteira é: data de saída, como em qualquer outra modalidade de desligamento (demissão sem justa causa e pedido de demissão).

A lei informa muitos motivos pelos quais um empregado pode vir a ser dispensado do trabalho por justa causa. Para que fique claro, um exemplo disso seria a comercialização de produtos no horário de trabalho sem autorização do empregador ou mesmo a apresentação de um atestado médico falso, dentre muitas outras. Essas ações implicam em falta grave e possibilita que o empregador aplique demissão por justa causa.

Senado Federal on Twitter: "O artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê os motivos de dispensa por justa causa. Acesse a Lei: https://t.co/vC6mYW6aOh… https://t.co/fYUnE2hsE0"

COMO O EMPREGADOR APLICA A DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA?

Para o empregador aplicar a demissão por justa causa, basta avisar ao empregado, por escrito, que seu contrato de trabalho está sendo rescindido por justo motivo, fundamentando sua decisão. Dessa maneira, o empregador dará a baixa na carteira do empregado, anotando a sua data de saída.

COMO FUNCIONA A DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA?

A demissão por justa causa consiste na dispensa do colaborador mediante a apresentação de um argumento legal forte e convincente, que seja capaz de justificar a baixa no quadro de colaboradores da equipe. De todo modo, a justa causa que provoca a tomada da decisão deve ser devidamente provada. Isso significa que a empresa precisa demonstrar que o colaborador incorreu em culpa durante a sua ação, como desobediência, violência, abandono de emprego etc.

Sendo assim, o que difere a justa causa da sem justa causa é a motivação da demissão e as verbas devidas ao colaborador.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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