Dengue: a cada duas semanas uma pessoa morre em Goiás

Cinco goianos já morreram por dengue em 2023. Apesar de assustadores, os índices de óbitos e de casos da doença estão abaixo da média mensal registrada no ano passado. A estatística aponta um caso a cada 2,5 semanas. Em 2022, era um a cada 3,6 semanas, totalizando 174 vítimas da doença no estado, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Os óbitos confirmados foram registrados em Padre Bernardo, São Simão, Ouvidor, Luziânia e Caldas Novas. 

 

A quantidade de casos neste ano é de 15.496, o que representa média de 182 casos por dia. Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis lideram o ranking estadual. As informações foram atualizadas até 25 de março. Em 98% dos casos, a infecção é pela dengue 1 e somente 2% pela dengue 2 – vírus associado a casos mais graves da doença.

 

Para tentar coibir problemas de saúde pública causados pelas doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, as autoridades públicas na área criaram um planejamento para os próximos dois anos. O plano prevê priorizar visitas domiciliares de rotina, monitoramento de casos e distribuir inseticidas para  a população.

“O Governo de Goiás já conseguiu avanços com uma queda de 70% dos casos de dengue até a décima semana epidemiológica, em comparação ao mesmo período do ano passado. Mas precisamos permanecer em alerta e empenhar ações de acordo com a situação epidemiológica”, afirma o coordenador estadual de dengue, chikungunya e zika da SES-GO, Murilo do Carmo. Dados da pasta apontam ainda que Goiás reúne 176 municípios em situação de baixo risco, 49 em médio risco e 21 em alto risco. No total, são 12.234 casos notificados em 2023.

Em 2022,  Goiás registrou 214,7 mil casos de dengue. O número de diagnósticos foi o maior do Centro-Oeste, que registrou 348,6 mil casos no ano passado, com incidência de 2.086 casos a cada 100 mil habitantes. Em relação à chikungunya, foram 4,5 mil casos registrados em 2022. Também houve 79 casos de zika.

 

A dengue, zika e chikungunya são causadas pela picada do mosquito transmissor Aedes aegypti, que é um inseto doméstico. O animal vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo.

 

Os cuidados preventivos mais eficazes são manter o vetor longe. A recomendação é evitar a proliferação do mosquito eliminando água armazenada que pode se tornar criadouros, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e em manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos como tampas de garrafas.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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