Graves riscos à saúde têm sido denunciados em relação a um dentista do Paraná, que agora é suspeito de ser o maior comerciante de produtos odontológicos ilegais do país, conforme apontado pelo Ministério Público (MP) do estado. O profissional em questão é Carlos Eduardo Souza de Moraes, atuante na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais paranaenses.

Na última quarta-feira (16), Carlos Eduardo foi alvo de mandados de busca e apreensão tanto do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) quanto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A investigação em andamento visa apurar práticas ilegais envolvendo a importação, venda, exposição e distribuição de artigos odontológicos sem devidos registros, constatando-se a comercialização de produtos irregulares nas redes sociais e em plataformas de e-commerce.

De acordo com declarações do MP, os equipamentos anunciados pelo dentista, como aparelhos de raio-X, ultrassons odontológicos e seringas, representam sérios riscos à saúde dos pacientes e dos profissionais da área, pois não possuem certificação da Vigilância Sanitária. Os equipamentos, de origem chinesa, estariam sendo introduzidos no Brasil com declarações falsas, escapando da fiscalização rigorosa das autoridades competentes.

Por conta desse cenário, os mandados de busca e apreensão se estenderam à residência e à clínica do suspeito, resultando na apreensão de celulares, computadores e aparelhos de raio-X e ultrassom sem autorização sanitária. A intenção dos órgãos responsáveis é apurar possíveis envolvimentos de outras pessoas, caracterizando assim a possibilidade de uma associação criminosa, bem como mensurar a quantidade de produtos ilegais comercializados e os lucros obtidos pelo dentista com essa prática.

As investigações tiveram início em março de 2025, a partir de um relatório encaminhado ao MP pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual. O relatório identificou o dentista de Ponta Grossa como o principal distribuidor de produtos odontológicos ilegais do Brasil. Nas redes sociais, Carlos Eduardo se apresenta como especialista em Ortodontia e professor de cursos na área, sendo proprietário de uma clínica renomada na região.

O dentista também é servidor da Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, atuando na Supervisão de Gestão em Saúde desde 2022. A prefeitura local foi contatada para maiores esclarecimentos sobre o caso. A gravidade da situação aponta para um potencial impacto na saúde pública, exigindo investigações rigorosas para garantir a segurança dos pacientes e a integridade da profissão odontológica como um todo.