Cirurgiões-dentistas foram alvos de uma ação policial em Goiás. Os profissionais são investigados por realizar cirurgias estéticas em desacordo com as normas do Conselho Federal de Odontologia. Eles foram denunciados, ao todo, por 15 pacientes.
A ação da Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor, desencadeou uma operação na última quarta-feira, 22, resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Por ordem da Justiça, os perfis nas redes sociais dos quatro dentistas investigados por exercerem ilegalmente a profissão de médico na Grande Goiânia foram suspensos (veja abaixo quem são eles). A Vigilância Sanitária dos municípios também prestou apoio à operação.
Entre os procedimentos realizados pelos investigados estão: alectomia (redução da asa nasal); blefaroplastia (retirada do excesso de pele da região das pálpebras); otoplastia (fechamento das orelhas); e a rinoplastia (redução do tamanho, formato ou aspecto do nariz).
Durante as buscas, foram encontrados medicamentos vencidos, materiais cirúrgicos inadequados e prontuários que atestam as cirurgias irregulares, causando deformidades em pacientes.
Os investigados, que postavam fotos e vídeos das intervenções para atrair novos clientes, respondem por lesões corporais decorrentes das deformidades provocadas. Alguns desses profissionais ministravam cursos para instruir outros colegas a realizar procedimentos faciais similares.
Em resposta, o Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) divulgou nota afirmando que foi oficiado pela Polícia Civil, prestando esclarecimentos sobre a atuação dos cirurgiões-dentistas. Contudo, a instituição afirma não ter informações sobre a operação policial.
Dentistas investigados:
1. Ana Clara Franco: Registro suspenso cautelarmente pelo CRO-GO, enfrenta dois processos éticos e duas investigações no Ministério Público por exercício ilegal da medicina.
2. Igor Leonardo Soares Nascimento: Suspenso da profissão desde maio de 2023, enfrenta denúncias, incluindo a de uma paciente que teve o nariz deformado após procedimento estético.
3. Hellen Kacia Matias da Silva:* Condenada por causar danos a pacientes, suspendida cautelarmente pelo CRO-GO e alvo de 5 processos éticos. Alega ter desenvolvido um método exclusivo.
4. Humberto Lino de Andrade: Responde a processo judicial pelo exercício ilegal da medicina, além de investigações em andamento no Ministério Público. Teve registro suspenso cautelarmente.