O caso de uma estampa de roupa que gerou repúdio ao mostrar uma ilustração com a frase ‘Não se contamine!’ foi denunciado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pela vereadora Lívia Miranda (PCdoB) e pelo coordenador de Igualdade Racial de Petrópolis, Filipe Graciano. A estampa em questão causou indignação em entidades da região, que alegaram que a ilustração e a frase tinham uma conotação racista. A representação formalizada junto ao MPRJ também inclui notas de repúdio de cinco organizações que atuam na promoção da igualdade racial, evidenciando a gravidade do caso.
A estampa em questão traz a frase “Não se contamine!” acompanhada de uma ilustração que mostra mãos de cores diferentes se tocando. A denúncia feita ao MPRJ destaca que tal representação reforça preconceitos raciais e desrespeita princípios constitucionais como a dignidade humana, igualdade e respeito. Além disso, as entidades envolvidas no caso manifestaram sua revolta com a associação da cor da pele com a ideia de contaminação, considerando-a um insulto à luta histórica pela igualdade racial.
A empresária responsável pela criação da estampa se defendeu, alegando que a imagem da mão necrosada seria uma metáfora da contaminação espiritual e não teria a intenção de representar uma etnia específica. Ela reforçou que lamentava a interpretação equivocada da arte e qualquer sofrimento causado. A marca em questão também emitiu um pedido de desculpas nas redes sociais, reconhecendo o impacto negativo das ações e se comprometendo a retirar a estampa de circulação, revisar seus processos de criação e investir em conscientização para sua equipe.
O episódio gerou uma série de reflexões sobre a responsabilidade social das empresas em respeitar a dignidade humana e promover a inclusão, ao invés de disseminar preconceitos ou discriminação. A repercussão negativa do caso evidenciou a importância de abordar temas sensíveis com sensibilidade e respeito, especialmente em um contexto social onde a luta contra o racismo é uma pauta urgente e inadiável. O MPRJ aguarda retorno sobre o processo em curso, enquanto a comunidade local reafirma seu compromisso com a igualdade racial e o combate ao preconceito em todas as suas formas.