Denúncia de golpe: quem é Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do
DF que pode virar réu no STF
Ministros vão decidir se aceitam denúncia da PGR contra ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de envolvimento em trama golpista. Sessões
começam nesta terça-feira (25).
A Primeira Turma do STF vai julgar dia 25/3 a denúncia contra o ex-presidente
Bolsonaro e mais sete acusados por tentativa de golpe de Estado.
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres pode virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em uma tentativa de golpe de Estado.
A Corte vai dedicar três sessões, entre terça (25) e quarta-feira (26), para decidir se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro(DE) e outros sete acusados de envolvimento na trama golpista.
Anderson Torres é formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e, segundo a página oficial do ex-ministro no site do Ministério da Justiça, tem “vasta experiência em ciência policial, investigação criminal e inteligência estratégica”.
Veja os cargos públicos já ocupados por Torres:
– Anderson Torres foi papiloscopista da Polícia Civil do DF
– Delegado da Polícia Federal (PF)
– Administrou a parte técnica e logística da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da PF
– Foi secretário de Segurança Pública do DF no governo de Ibaneis Rocha (MDB)
– Foi ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL)
– Em 2023 retornou ao governo do DF para assumir novamente a Secretaria de Segurança, mas foi exonerado ainda em janeiro após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes.
Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Quatro meses depois, ele foi solto e, desde então, é monitorado por tornozeleira eletrônica.
A suposta organização criminosa é acusada dos seguintes crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com a PGR, Anderson Torres replicou narrativas sobre a suposta fraude nas urnas divulgada em transmissão ao vivo, de julho de 2021, “distorcendo informações e sugestões recebidas da Polícia Federal”.
Segundo as investigações da Polícia Federal, Torres participou de reuniões com a intenção golpista de disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.
Anderson Torres prestou depoimento em duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) em 2023: a CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), e na CPI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional.
Após a Primeira Turma do STF decidir se aceita, ou não, a denúncia contra Bolsonaro e o “núcleo crucial”, cabe recurso à própria Turma. São possíveis, por exemplo, os embargos de declaração, que buscam esclarecer pontos contraditórios ou apontar eventuais omissões ou erros na decisão.
Se for aberta a ação penal, o grupo vai responder a um processo no STF. O próximo passo é a abertura da fase de instrução processual, quando são colhidas as provas e depoimentos de testemunhas e acusados.