Denúncia de violência doméstica: Vice-prefeito de Lages Jair Junior vira réu, diz MPSC

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Vice-prefeito de Lages Jair Junior vira réu por violência doméstica contra ex-namorada, diz MPSC

Defesa diz que há controvérsias que serão contestadas junto ao Poder Judiciário. Preso em março, vice-prefeito foi solto após audiência de custódia e pagamento de fiança.

MPSC denuncia vice-prefeito de Lages, SC
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O vice-prefeito de Lages (SC), Jair Júnior (Podemos), virou réu em uma ação penal por violência doméstica contra a ex-namorada, informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta quarta-feira (16). A denúncia, segundo o órgão, cita agressões, perseguições e cárcere privado (veja mais abaixo).

O político havia sido preso em flagrante em 22 de março, mas foi solto após audiência de custódia e pagamento de fiança. Um dia após ser detido, pediu afastamento do cargo para se dedicar à defesa no caso.

Segundo o MPSC, Jair se tornou réu em uma ação penal pelos seguintes crimes:

– duas lesões corporais;
– cárcere privado;
– perseguição;
– invasão a dispositivo de informática.

A defesa de Jair Júnior, feita pelo advogado Francisco Ferreira, alegou que a denúncia oferecida pelo MP não poderia ter sido divulgada, uma vez que o processo corre em segredo de justiça, e que há controvérsias que serão contestadas junto ao Poder Judiciário (veja íntegra abaixo).

Jair Junior, advogado e vice-prefeito de Lages chegou a ser preso em flagrante por violência doméstica — Foto: Redes sociais/ Reprodução

DENÚNCIA

O órgão informou que o agora réu havia agredido a mulher pelo menos uma vez, no dia 1º de janeiro, logo após tomar posse no cargo público. Os dois ainda namoravam na época e, segundo o MP, o político teria apertado os braços e o rosto da vítima por ela não querer publicar uma foto com ele nas redes sociais.

Ainda de acordo com o MP, a denúncia expõe que, na noite anterior à prisão, o réu teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Ao perceber que não chegaria ao objetivo, deu partida no veículo e levou a vítima à força até sua casa, chaveando todas as portas e janelas para que ela não pudesse sair.

O homem também teria ligado o ar-condicionado para que possíveis pedidos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinhos.

Depois disso, conforme o órgão, ele teria se trancado no banheiro e tentado acessar o celular da ex-namorada. Como não conseguiu, teria saído do cômodo e pedido a senha do aparelho. Como não foi atendido, segundo o MP, desferiu tapas no rosto da vítima e a sufocou com um travesseiro.

A moça só foi liberada do cárcere depois de dizer que amava o agressor e que não o denunciaria. Ela foi convencida pela irmã, mais tarde, a registrar um boletim de ocorrência na delegacia. Durante o deslocamento, ela teria sido seguida pelo político.

A prisão em flagrante foi feita na rua pela equipe de plantão. Depois, uma medida protetiva foi expedida.

A denúncia, segundo o órgão, cita outros episódios anteriores, como: perseguição, envio de mensagens ameaçadoras e ligações de números desconhecidos.

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Veja violências que se enquadram na Maria da Penha — Foto: Elaboração própria/g1

O que diz a defesa do réu

“Causa perplexidade à defesa o fato do Ministério Público, em site próprio da instituição, tenha divulgado fatos que constam da denúncia ofertada contra o investigado Jair Junior, o vice-prefeito de Lages, haja vista que o processo tramita desde o seu início em segredo de justiça, e não poderia então, em vista disso, o próprio MP, que é o guardião da lei, tê-la violado.

Por outro lado, a denúncia por si mesma acrescenta versão absolutamente unilateral por parte da vítima buscando, inclusive, através dessa divulgação danosa sob todos os aspectos, a condenação pública do investigado em flagrante prejuízo do princípio constitucional da presunção de inocência”.

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