O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apresentou uma denúncia contra os proprietários de empresas de tecnologia financeira por lavagem de dinheiro em benefício do PCC. Segundo o Ministério Público, as investigações tiveram início após o acordo de colaboração premiada de Antônio Vinicius Gritzbach com o MPSP. A ação conjunta do MPSP e da Polícia Federal resultou na investigação de três indivíduos acusados de ocultar a origem ilícita de recursos do PCC por meio de duas fintechs, o que ocorreu em 25 de janeiro do ano em curso.
O Gaeco formalizou a denúncia contra os investigados em 14 de março, imputando-lhes os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A expectativa dos promotores é que os denunciados sejam obrigados a pagar uma indenização mínima de R$ 100 milhões. Além disso, foi solicitado o cumprimento de medidas cautelares, incluindo prisão preventiva, apreensão de bens, suspensão de atividades econômicas, e acesso aos registros bancários e fiscais.
Conforme apurado pela denúncia, os suspeitos utilizavam uma série de artifícios, como divisão de grandes quantias em transações menores, o uso de criptomoedas, contas em nome de terceiros, empresas fictícias e empréstimos fraudulentos para dissimular a origem ilícita do dinheiro. As investigações começaram a partir das informações fornecidas por Antônio Vinicius Gritzbach, que revelou detalhes sobre as operações ilegais ao MPSP antes de ser assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
As fintechs envolvidas no esquema movimentavam o dinheiro ilegal para contas de “laranjas”, controladas pelos próprios acusados. Esse processo permitia que a origem criminosa dos recursos fosse ocultada, evitando levantar suspeitas junto ao Banco Central e à Receita Federal. De acordo com as autoridades, ambos os empreendimentos suspeitos utilizavam o dinheiro para a compra de imóveis, ocultando a verdadeira propriedade dos bens adquiridos.
Em síntese, o caso Gritzbach revela as intricadas operações criminosas que ocorrem nas entranhas do sistema financeiro em benefício de organizações como o PCC. A denúncia feita pelo Gaeco e as ações tomadas pelo Ministério Público e Polícia Federal refletem um esforço conjunto para desmantelar as atividades ilícitas e responsabilizar os envolvidos. A sociedade civil e as instituições públicas devem permanecer vigilantes e engajadas no combate à corrupção e ao crime organizado para preservar a integridade do sistema financeiro e promover a justiça.