Mulheres de todo o Brasil e até mesmo da Europa estão denunciando homens que conheceram em casas de forró por vazarem e venderem fotos e vídeos íntimos no Telegram. Doze forrozeiras que frequentam casas de forró procuraram um grupo de feministas para relatar essas e outras acusações contra os homens, levando o caso ao Ministério Público Federal. As vítimas identificaram os grupos do Telegram ‘Cremosinhas da Putaria’ e o ‘Vazadinhas Inéditas’ como espaços onde imagens delas foram compartilhadas ou possivelmente podem ter sido.
A denúncia envolve homens que divulgaram e venderam fotos e vídeos íntimos de mulheres sem autorização após encontros em casas de forró. Pelo menos 12 mulheres relataram terem suas imagens íntimas divulgadas sem consentimento nas redes sociais. Além disso, há relatos de casos de assédio sexual e agressões. A Procuradoria encaminhou as denúncias à Polícia Federal, que ficará responsável pela investigação do caso.
Os relatos das vítimas indicam que os casos não se limitam apenas à capital paulista, mas também ocorreram em Cotia, no Rio de Janeiro e até mesmo em Turim, na Itália. As mulheres afirmam ter conhecido os agressores em casas de shows, escolas de dança e festivais de forró. Os grupos no Telegram, como o ‘Cremosinhas da Putaria’ e o ‘Vazadinhas Inéditas’, foram identificados como locais onde as imagens foram compartilhadas.
Os grupos envolvidos exigem informações pessoais das vítimas para ingressar, como perfil, telefone, endereço, além de detalhes e prints de conversas. O objetivo explícito é se aproximar das mulheres para fins sexuais, com cobrança de taxa mensal para participação. A situação, que é caracterizada como revenge porn, assédio sexual, lesão corporal e ameaça, está sendo investigada pelas autoridades competentes.
A Bancada Feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo recebeu as denúncias e se mobilizou para dar suporte às vítimas. O caso está sendo tratado com seriedade, com a solicitação de abertura de inquérito policial para investigar os responsáveis por esses crimes. A Frente Fulô foi criada para conscientizar e combater o assédio e a misoginia no ambiente do forró, buscando promover um ambiente seguro para as mulheres.
Diante da gravidade das denúncias, é essencial que as autoridades e as casas de shows envolvidas atuem de forma efetiva para garantir a segurança e o respeito às mulheres. É fundamental que as mulheres se sintam encorajadas a denunciar quaisquer casos de assédio no forró e que medidas sejam tomadas para coibir essas práticas abusivas. A conscientização e a luta contra a misoginia no ambiente do forró são passos importantes para garantir o bem-estar de todas as pessoas que frequentam esses espaços.