Durante o depoimento do ex-ministro e ex-ministro Aldo Rebelo, na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prendê-lo. As imagens foram divulgadas nesta terça-feira (3), após a liberação do Supremo. Aldo Rebelo prestou depoimento ao STF como testemunha no processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados são acusados de tentar um golpe de Estado.
Ex-integrante do PCdoB, Partido Comunista do Brasil, Aldo Rebelo foi ministro da Defesa entre 2015 e 2016, no governo Dilma, e trabalhou com Garnier na época. Garnier atuou, por dois anos e meio, como assessor especial militar do Ministério da Defesa. Durante o depoimento ao STF, Rebelo foi questionado pelo advogado do ex-comandante da Marinha se Garnier teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro para levar adiante a tentativa de golpe.
O objetivo da pergunta era checar se, na opinião da testemunha, seria possível o comandante da Marinha mobilizar as tropas sozinho, por decisão unilateral. Aldo Rebelo rebateu argumentando que era preciso considerar a “força de expressão” na língua portuguesa. Isso porque, segundo Rebelo, Garnier ter dito que “estava à disposição” não significava literalmente que ele queria dar um golpe.
A resposta do ex-ministro irritou Moraes, que questionou sua capacidade de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Rebelo defendeu sua análise linguística e rejeitou a censura do ministro. A tensão aumentou com Moraes ameaçando Rebelo de prisão por desacato, mas o ex-ministro afirmou que estava se comportando. A discussão continuou com Moraes solicitando que Rebelo apenas respondesse à pergunta, sem dar sua opinião sobre a questão em debate.
Essa troca de acusações e tensão durante o depoimento de Aldo Rebelo evidenciou a complexidade e delicadeza do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentar um golpe de Estado. Com a liberação das imagens do depoimento, a repercussão desse embate entre testemunha e ministro do STF ganhou destaque na mídia, gerando debates e reflexões sobre o papel dos depoentes e a conduta no âmbito jurídico. É um episódio que certamente ficará marcado na história contemporânea brasileira, demonstrando as tensões políticas e institucionais presentes no país.