Depoimento de secretária Fátima Mrue é considerado contraditório

Único documento entregue à CEI diz respeito a máfia do Samu, segundo Elias Vaz

A secretária Municipal da Saúde Fátima Mrue prestou depoimento ontem, à Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta na Câmara Municipal para investigar se a SMS foi omissa no atendimento odontológico à população. O fato repercutiu bastante com o caso da dona de casa Celina Lopes, do setor Real Conquista, que arrancou o próprio dente com um alicate, pois sentia muita dor e não conseguiu ser atendida na rede municipal de saúde.

A dona de casa denunciou que quando recebeu a visita da secretária Fátima Mrue, o assessor de comunicação da SMS Carlos Roberto da Rocha, o Carlinhos do Esporte, teria oferecido três cestas básicas – uma por mês – para que a mulher fizesse elogios à secretaria.

O novo depoimento foi para saber o que aconteceu durante essa visita. De acordo com Carlinhos do Esporte, toda conversa entre Celina e a secretária foi gravada, a pedido da secretária em que ela negava ter oferecido cestas básicas. O que configura crime, pois a dona de casa negou que sabia que estava sendo gravada.

Segundo o Vereador Elias Vaz, relator da comissão, o depoimento prestado por Fátima foi contraditório com o que Carlinhos do Esporte havia falado. “Algumas coisas que o Carlinhos disse que ela teria determinado, ela disse que não havia determinado, bem contraditório e ela não respondeu as principais questões”.

Alguns documentos deveriam ser entregues à comissão até ontem. O vereador disse que o único documento entregue foi referente ao da Máfia do Samu, investigação baseada em denúncias contra médicos, enfermeiros e motoristas do Samu, acusados de levar pacientes para Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) particulares em troca de propina.

Larissa Madalena

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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