No próximo dia 13 de agosto de 2023, São Paulo e diversas outras cidades do Brasil sediarão a 1ª edição da Marcha para Exu, um evento em homenagem à entidade presente nas religiões originárias da África, como o Candomblé e a Umbanda. A marcha ocorrerá na Avenida Paulista ao meio-dia e os participantes são incentivados a usar roupas pretas e vermelhas, além de contribuírem com 1 kg de alimento não perecível.
Inspirada na tradicional “Marcha para Jesus”, que ocorre anualmente desde 1993 e é organizada pelo apóstolo Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer em Cristo, a Marcha para Exu busca destacar a importância dessa figura espiritual e promover a valorização das religiões de matriz africana, combatendo o racismo e a intolerância religiosa.
Com o tema “Nunca foi sorte, sempre foi MACUMBA“, a Marcha para Exu tem ganhado destaque em diversos portais de notícias e nas redes sociais, onde várias personalidades já confirmaram sua presença no evento.
O cartaz do evento traz uma mensagem de celebração e respeito à figura de Exu, que muitas vezes é erroneamente associado ao mal ou ao demônio. A descrição no cartaz ressalta a energia e a alegria de viver representadas por Exu, além de afirmar que o evento pretende mostrar que a entidade merece respeito.
Polêmica
Porém, a criação da Marcha para Exu já causou controvérsias e associações políticas. Alguns internautas já têm feito conexões entre o evento e o retorno do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder. “O cristão que votou na esquerda é só fazer o L”, escreveu um internauta.
O pastor e youtuber Rafael Bitencourt, por exemplo, afirmou que o próximo passo deverá ser a “marcha para lúcifer”. Caio Rangel, no site Fuxico Gospel, disse que a Marcha para Exu era uma imitação da Marcha para Jesus.
Apesar das interpretações políticas, a Marcha para Exu busca, principalmente, promover a união e a valorização das tradições religiosas de origem africana, destacando a importância de Exu como uma figura espiritual significativa em tais práticas.
O evento promete marcar presença nas principais cidades brasileiras e visa ser um marco na busca pela valorização e respeito às religiões de matriz africana, bem como na luta contra a intolerância religiosa.
Dia Nacional do Candomblé
Em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.519/2023, originária de projeto do deputado federal Vicentinho (PT-SP), que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março.
O texto foi aprovado tanto na Câmara dos Deputados como no Senado (onde tramitou na forma do PLC 69/2018). Originalmente, o projeto previa a comemoração no dia 30 de setembro. Entretanto, quando tramitou no Senado, o relator da matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), senador Paulo Paim (PT-RS), propôs alterar a data.