Carla Zambelli estava lavando o cabelo, pintando, em seu apartamento em Roma, quando foi presa na Itália nesta terça-feira (29), de acordo com seu advogado Fabio Pagnozzi. O advogado afirma que ela se entregou voluntariamente, porém a Polícia Federal nega essa informação. A deputada federal foi levada para a delegacia local após pegar seus remédios antes da prisão.
A prisão de Zambelli pela polícia italiana envolveu uma intensa colaboração entre as forças de segurança do Brasil e da Itália para sua efetivação. Segundo a Polícia Federal, as autoridades italianas têm 48 horas para validar a prisão e decidir sobre uma possível extradição da deputada. O objetivo de Zambelli, de acordo com seu advogado, é colaborar com as autoridades e evitar a extradição.
Zambelli foi condenada por unanimidade em 14 de maio pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e por falsidade ideológica. A denúncia afirma que ela teria orientado um hacker a invadir o sistema para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra um ministro do STF. A deputada deixou o país pela fronteira com a Argentina e estava na Itália, onde possui cidadania italiana.
Além da condenação mencionada, Zambelli também é alvo de investigações em dois inquéritos sigilosos no STF. Um deles é o “inquérito das fake news”, que investiga a disseminação de notícias falsas e ataques a ministros do Supremo. O outro é o inquérito das milícias digitais, que apura a suposta participação da deputada em articulações golpistas após as eleições de 2022. Em junho, ela teve seu nome incluído na lista de procurados da Interpol e teve sua condenação mantida pela 1ª turma do Supremo Tribunal Federal.