Condenada duas vezes pelo STF, Zambelli terá nova audiência sobre extradição na Itália nesta quarta-feira. A deputada licenciada está presa na Itália desde o final de julho; a defesa da deputada alegou questões de saúde e já fez pedidos de soltura na Justiça italiana. O STF condenou Zambelli a prisão no caso da perseguição à mão armada.
A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) enfrentará uma nova audiência na Justiça da Itália nesta quarta-feira (27). O procedimento faz parte do processo de extradição por conta de uma das condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Carla Zambelli encontra-se detida na Itália desde 29 de julho. O processo de extradição refere-se à condenação da deputada a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão já se tornou definitiva e aguarda o desfecho do processo de extradição.
Na sexta-feira (22), o STF impôs a Zambelli uma nova pena pela perseguição armada a um apoiador do presidente Lula na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Os ministros determinaram uma pena de 5 anos e 3 meses de prisão. Neste processo, a defesa ainda pode recorrer.
A defesa da deputada alegou questões de saúde e já fez pedidos de soltura na Justiça italiana.
No processo sobre a perseguição armada, os advogados da deputada sustentam que não houve crime, pois Zambelli tinha autorização para portar o armamento. Segundo a defesa, o estado emocional da acusada, preocupada com a segurança dela e do filho, embasa a ação.
No processo referente à invasão dos sistemas do CNJ, a defesa argumentou a falta de provas de participação de Zambelli no caso. Os advogados solicitaram sua absolvição, alegando que sua condição de instigadora dos crimes não foi comprovada.
O caso de perseguição envolve a apreensão da parlamentar a um apoiador do presidente Lula na véspera do segundo turno da eleição presidencial, em 2022. A decisão também determina a perda do mandato parlamentar, com possibilidade de recurso no STF.
No caso de invasão aos sistemas do CNJ, Zambelli foi condenada a uma pena de 10 anos de prisão e indenização por danos morais e coletivos. O processo teve origem em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República, alegando que Zambelli e um hacker coordenaram ataques contra o CNJ com o intuito de desacreditar a Justiça e incitar atos antidemocráticos. A acusação afirmou que Zambelli instruiu o hacker a invadir o sistema e inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.