A deputada Célia Xakriabá foi atingida por gás lacrimogênio durante um protesto em Brasília. A parlamentar, que integra o partido PSOL de Minas Gerais, questionou a ação dos policiais que a atingiram com spray de pimenta, indagando: “Eu sou deputada, por que jogou spray em mim?”
O incidente ocorreu durante um ato de povos indígenas que participavam do Acampamento Terra Livre, que marcharam do local até o gramado do Congresso Nacional. No entanto, a manifestação foi contida por homens das polícias Militar e Legislativa, que utilizaram bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.
Imagens obtidas pela CNN mostram a deputada passando mal, reclamando de dores nos olhos e tentando passar por uma barreira de policiais militares para entrar no Congresso. Contudo, ela foi impedida de prosseguir pelos homens que exigiam uma identificação.
A equipe de Célia Xakriabá informou que a parlamentar foi levada ao Departamento Médico da Câmara dos Deputados e posteriormente registrou um boletim de ocorrência no Departamento de Polícia Legislativa da Casa.
Em relação ao posicionamento do Congresso sobre o ocorrido, o Senado Federal divulgou uma nota em que afirmava que o avanço dos indígenas do Acampamento Terra Livre foi considerado “inesperado”, justificando assim a necessidade de conter os manifestantes. A Câmara dos Deputados também se pronunciou, alegando que os indígenas ultrapassaram a linha de defesa da Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram o gramado do Congresso.
Os presidentes da Câmara e do Senado ainda não se manifestaram oficialmente sobre o ocorrido. A assessoria de imprensa do Senado ressaltou que a dissuasão foi realizada apenas com meios não letais e que a ordem foi restabelecida, reforçando o respeito aos povos originários e às manifestações pacíficas, desde que respeitem a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares no Congresso Nacional.