Deputada de Goiás quer criminalizar ódio contra as mulheres e prender agressores

Um projeto de lei promete levar para a cadeia homens que praticarem ou incitarem ódio contra as mulheres. A proposta é da deputada federal por Goiás Silvye Alves (UB), que foi vítima de violência contra a mulher na frente do filho há pouco mais de um ano. Ela foi a mais votada em Goiás nas eleições do ano passado defendendo a bandeira das causas femininas. A proposta foi protocolada nesta semana.

 

Ela explica que a misoginia consiste em discriminação, preconceito, propagação do ódio ou aversão e afins, praticados contra mulheres por razões da condição de sexo feminino. Para coibir o comportamento inadequado, a ex-apresentadora da Record TV Goiás defende pena de reclusão de dois a cinco anos e multa para quem injuriar  e ofender a dignidade ou o decoro em razão da condição de sexo feminino. 

 

“A tentativa de disseminação da misoginia, praticada com afinco por alguns movimentos que se empenham em arrebanhar seguidores para propagação do ódio ou aversão ao gênero feminino, vem sendo amplamente noticiado por diversos meios de comunicação, sendo esta questão urgente de segurança pública que carece da disposição de instrumentos legais que criminalizem tais práticas. Ademais, convém ressaltar que a conduta misógina possui exacerbado potencial no incentivo a prática de crimes contra a vida de mulheres”, afirma. 

 

No texto, Silvye pede aumento de pena pela metade em alguns casos. As situações enumeradas incluem a participação de duas ou mais pessoas, prática da misoginia em em locais público, em meios de comunicação social, de publicação em redes sociais, da rede mundial de computadores ou meios de grande repercussão. A parlamentar também prevê a cessação das publicações e a interdição das mensagens ou páginas de informação na internet. Essas possibilidades ocorreriam por determinação judicial após consideração do Ministério Público ou a pedido da instituição antes do inquérito policial. 

 

A proposição coincide com a disseminação de discurso do movimento redpill, que promove a ideia de que mulheres devem se submeter aos homens para que eles consigam resgatar a própria masculinidade. Um dos coaches da tendência desrespeitosa de gênero, Thiago Schutz, está sendo investigado por  ameaça de morte à humorista Lívia La Gatto. Ela ironizou as mensagens de ódio propagadas pelo influencer sem citar o nome dele e começou a receber mensagens e ligações do autor do perfil “Manual Red Pill”, que possui 300 mil seguidores. ““Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. Você escolhe”, enviou para a artista.

 

Em junho de 2021, o ex-namorado de Silvye invadiu a casa da apresentadora e a agrediu. O filho de 11 anos dela estava em casa e foi quem pediu ajuda. Ela precisou passar por uma cirurgia para corrigir cortes na boca. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher da capital e ele chegou a ser preso, mas responde em liberdade. O Ministério Público de Goiás pede a condenação dele por ameaça. Ao longo da campanha eleitoral, ela prometeu leis mais duras contra homens que machucam e matam mulheres e propor mais assistência às mulheres vítimas de violência. “Tem que dar casa e emprego para essa vítima e estudo integral para os filhos”, declarou à época.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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