Deputado bolsonarista faz comentários transfóbicos a ministra da Saúde

Nikolas Ferreira (PL-MG) fez declarações transfóbicas nesta quarta-feira, 9, durante audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados. O deputado bolsonarista criticou uma diretriz aprovada na 17ª Conferência Nacional de Saúde.

O documento estabelece “direitos sexuais e os direitos reprodutivos das mulheres, meninas e pessoas que podem gestar tendo por base a justiça reprodutiva e atenção à saúde segundo os princípios do SUS”.

“Você já viu algum homem tendo condição de gestar ou a senhora acredita nessa capacidade, ministra? Vocês querem reduzir as mulheres a pessoas que menstruam”, afirmou Nikolas. O bolsonarista ainda disse que a ministra tenta “colocar uma cartilha de esquerda na questão da saúde”.

“Nem vou comentar sobre bizarrices”, disse a ministra em resposta a Nikolas. “É importante nós reconhecermos a complexidade da sexualidade humana”, rebateu Nísia Trindade.

O bolsonarista ainda acusou o governo Lula de tentar “sexualizar as criancinhas”. Ele ainda reclamou da resolução 715/2023, que propõe a redução da idade de início de hormonização para 14 anos e legalização do aborto como forma de combater “desigualdades estruturais e históricas”.

“Vocês utilizam jargões políticos, sem qualquer tecnicidade jurídica, médica ou sanitária, simplesmente para poder colocar uma agenda dentro de uma resolução”, afirma Nikolas.

Assista ao vídeo:

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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