Deputado bolsonarista quer garantir a professor recusa a conteúdo contra fé pessoal

deputado

O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL) apresentou um projeto de lei que, se aprovado, vai garantir ao professor a liberdade de se recusar a lecionar conteúdos que firam sua fé e valores, sem que sofra qualquer processo administrativo. O texto dispõe sobre a modificação da Lei de Diretrizes e Bases – Lei 9.394/96, sobrepondo o discurso religioso sobre as definições científicas da grade disciplinar das escolas. A propost deve ser analisada em breve pela Câmara dos Deputados.

A iniciativa dividiu opiniões nas redes sociais. Alguns elogiaram a proposta. “Com o ensino tomado pela ideologia, neste momento, essa lei só vai ajudá-los a trabalhar em paz”, disseram em um comentário. “A EDUCAÇÃO NECESSITA de um olhar mais atento e, principalmente, na formação acadêmica de professores. E, peço que você junto a outros parlamentares lutem para proteger as crianças e adolescentes dessa ideologia torpe”, escreveu uma apoiadora.

Houve quem criticasse e respondesse com ironia. “E a ciência que se curve? Para de palhaçada!”, escreveu um internauta. “Ótimo agora o professor do candomblé vai ter respaldo”, ironizou outro. “Excelente! Sou professor geocentrista e vou finalmente poder me recusar a ensinar que a Terra gira em torno do sol! Agora sim o Brasil deslancha!”, tripudiou o seguidor.

Demitidos

O parlamentar tem se envolvido em polêmicas relacionadas ao ensino em escolas e expondo professores em redes sociais. Em pelo menos dois casos, educadores acabaram demitidos por conteúdo considerados “doutrinação de esquerda” pelo parlamentar. Além disso, Gayer mantém um site que para que pais denunciem professores, mas a plataforma está fora do ar.

Em uma das ocorrências, o deputado criticou uma professora de história que utilizava em sala de aula uma peça estampada com a frase “Seja Marginal, Seja Herói”. A frase que aparece em uma das principais obras do artista plástico Hélio Oiticica, já exposta em algumas das instituições mais importantes do mundo, como o Tate Modern, em Londres, e o Museu de Arte Moderna de Nova York.

Em outro caso, a Universidade de Rio Verde (Unirv) retirou a obra “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Marçal Aquino, da lista de livros do vestibular após a repercussão de um vídeo gravador por Gustavo Gayer. O deputado federal acusou a obra de ser “conteúdo literário pornográfico”.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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