Deputado é investigado por dizer que vai dar “tiro na cara” de vereadora

O deputado Amauri Ribeiro (PSDB) está sendo investigado pela Polícia Civil após dizer que a vereadora Lucíula do Recanto (PSD) ”merecia levar um tiro na cara”. A declaração foi feita durante um discurso de defesa á propriedade privada na Assembleia Legislativa de Goiás. O deputado diz que a vereadora ”invadiu” a casa de um cidadão e que, por isso, merecia morrer.

“Eu fico ‘puto’ quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, igual essa vereadora de Goiânia aí, que se diz protetora de animais. Arrebenta um portão da casa de cidadão sem mandado, sem ordem judicial, porque ela não é polícia, nem com ordem ela podia, e invade uma casa. Pra mim, merecia um tiro na cara”, afirmou o deputado.

No discurso, Amauri fiz uma referência a uma ação contra maus-tratos realizada pela deputada no dia 19 de maio deste ano, em Goiânia. Na ocasião, a vereadora foi acompanhada da Guarda Civil Municipal a uma casa onde foram encontrados cerca de 40 galos e cachorros ”mutilados”.

Defensora dos animais, a diretora contou que esteve no local apenas para resgatar os bichos e levá-los até o abrigo, do qual é responsável.

“Crime de maus-tratos não tem nada a ver com legalidade da criação de galos. Foi constatado sim pelas autoridades presentes [maus-tratos]. Eles me chamaram apenas para eu poder pegar a tutela dos animais”, disse a vereadora.

Lucíula disse a polícia que, após o discurso do deputado, passou a receber ameaças pelas redes sociais.

Quebra de decoro

Ao G1, o presidente da Comissão de Ética da Alego, Gustavo Sebba (PSDB), disse que será analisado se houve quebra de decoro parlamentar durante à fala de Amauri Ribeiro no plenário.

Sebba disse que vai entrar com uma representação e que o conselho terá 15 dias para analisar e acatar ou não e mais 15 dias para analisar a defesa do deputado.

Em nota, a Câmara de Vereadores de Goiânia lamentou o ocorrido e repudiou as declarações feitas pelo deputado.

Deputado não se arrepende

Em entrevista à TV Anhanguera, Amauri Ribeiro disse que não se arrependeu da declaração feita e que está preocupado com a Comissão de Ética da Assembleia. Ele ainda faz novas acusações sobre a ocorrência em que a vereadora participou.

“A vereadora vai responder na Justiça pelo o que ela fez a esse cidadão de bem em seu ato ilegal. Sumiram mais de 50 curiós, as gaiolas, inclusive, orquídeas. Ela vai responder, inclusive, pela prisão de uma menor de 17 anos que saiu de lá algemada”, disse o deputado.

No entanto, a vereadora alega que as falas do deputado são ”mentirosas” e ”deturpadas”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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