Quem é TH Joias, deputado e joalheiro ligado a famosos que virou alvo de
operação por tráfico e lavagem de dinheiro
Entre 2017 e 2018, TH Joias foi preso após uma operação da Polícia Civil do Rio
de Janeiro. Segundo o inquérito, ele passou 10 meses na cadeia suspeito de pagar
propina a policiais e de envolvimento com o tráfico de drogas e armas.
1 de 1 TH Jóias na época da sua prisão, em 2017; PMs estão sendo investigados
por fazer a segurança dele — Foto: Reprodução
TH Jóias na época da sua prisão, em 2017; PMs estão sendo investigados por fazer
a segurança dele — Foto: Reprodução
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB, é alvo
de uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (3)
pela Polícia Federal, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil do
RJ.
Aos 36 anos, o parlamentar é investigado por tráfico de drogas, corrupção,
lavagem de dinheiro e por supostamente negociar armas com o Comando Vermelho
(CV). Até a última atualização desta reportagem, o deputado não havia sido
encontrado e já era considerado foragido.
Antes de entrar na política, TH ficou famoso ao ver suas peças de ouro e
diamantes usadas por jogadores como Neymar, Vini Jr. e Adriano Imperador ou pela
cantora Ludmilla.
Polícia Civil e MPRJ cumprem mandados contra deputado estadual TH Joias
A história do joalheiro começou no Morro do Fubá, na Zona Norte do Rio, onde
nasceu. Lá, TH herdou o ofício de seu pai, Juberto.
Após as aulas, o menino ia para a loja da família em Madureira acompanhar o
trabalho do pai como ourives e como administrador do local. Aos 19 anos, o
caçula de cinco irmãos herdou o negócio e começou a vender joias.
Ao mesmo tempo em que deslanchava nos negócios, TH apoiava projetos no interior
das favelas e patrocinava festas como a do Dia das Crianças em Honório Gurgel.
Além disso, usava recursos próprios para financiar atletas e músicos em favelas.
O interesse pela política aconteceu ao conhecer o ex-policial Marcos Falcon,
presidente da Portela, que disputava uma vaga como vereador na Câmara do Rio.
Falcon foi assassinado dias antes da eleição de 2016.
Entre 2017 e 2018 foi preso após operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Passou 10 meses na cadeia por suspeita, de acordo com o inquérito, de pagar
propina a policiais e vender drogas e armas. Também anteciparia a traficantes de
comunidades como Muquiço, Vila Aliança, Serrinha e Complexo da Maré as operações
policiais.
Nas investigações da Polícia Civil, TH é apontado como responsável por lavar
dinheiro para as facções Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigo dos
Amigos (ADA).
Essa proximidade com a política levou TH ao MDB. Na eleição de 2022, ele ganhou
15.105 votos. Ficou como suplente e conquistou a vaga na Alerj, em 2024 com o
falecimento de Otoni de Paula pai. Como Rafael Picciani preferiu ficar na
Secretaria Estadual de Esporte e Lazer abriu espaço para o deputado Thiego
Santos, o TH, que tomou posse após obter um habeas corpus em que garante que
responda o processo em liberdade.
Em 2024, à revista Veja, TH se defendeu: “Não tem trânsito em julgado, sou réu
primário, ficha limpa”.
Atualmente, o deputado presidente a Comissão de Defesa Civil da Alerj,
responsável por coordenar ações de prevenção a desastres nas cidades do RJ.